Terrorismo em Goiás

Polícia apreende menor de idade que planejava atentado a escola, em Pontalina

Na casa dele foram encontradas uma capa, uma máscara, desenhos, um coturno, um arco e flechas. A polícia encontrou, também, uma arma de fogo e munições, do pai do garoto

A Polícia Civil (PC) apreendeu, na manhã desta segunda-feira, um jovem de 17 anos que preparava atos de terrorismo em uma escola no município de Pontalina, a 146 km da capital. O pedido de internação já havia sido feito pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO) e foi acatado pela Justiça.

O jovem foi apreendido dentro de casa. No local foram encontradas uma capa, uma máscara, desenhos, um coturno, um arco e flechas. A polícia encontrou, também, uma arma de fogo e munições. Elas pertenciam ao pai do garoto, que também foi autuado em flagrante.

No pedido feito à Justiça, o MP-GO afirmou que, entre agosto de 2018 e março deste ano, o jovem fez várias publicações em redes sociais com conteúdos de apologia a atos de terrorismo. Foram citados os atentados de Columbine, que aconteceu nos EUA em 1999, o massacre de Christchurch – ocorrido no dia 15 deste mês na Nova Zelândia – e o atentado na Escola Raul Brasil – ocorrido em Suzano (SP).

O adolescente responderá a um auto de investigação de ato infracional por apologia a crime e atos preparatórios de terrorismo. Ele está detido provisoriamente na Delegacia de Apuração a Atos Infracionais de Caldas Novas.

“Matar quem estivesse na frente”

Guilherme de Oliveira, promotor de justiça responsável pelo pedido, afirmou que o rapaz planejava entrar na escola “matando quem estivesse pela frente”. “Os atos preparatórios possuem nítida correlação com atos de terrorismo, como premeditação das condutas, motivação religiosa e ataque a pessoas indefesas com nítido intuito de causar terror”, disse o promotor.

Danila Cláudia Le Sueur Ramaldes, juíza que emitiu o pedido, disse que a apreensão do menor era necessária. “O adolescente pode colocar em prática o plano de entrar atirando na escola onde estuda, com o objetivo de matar pessoas aleatoriamente”.

Nos autos, a juíza disse também determinou a requisição de vaga de internação na Secretaria da Cidadania com urgência. “Caso a vaga não seja concedida e o estudante saia da esfera dos atos preparatórios de terrorismo e passe a execução com um número indeterminado de mortes de adolescentes, estudantes e funcionários da escola”, concluiu Danila.

Sem remorso

Durante a oitiva, o jovem confessou os planos. Ele chegou a convidar outra pessoa para realizar o atentado. E disse, também, que sofreu bullying e que livraria as pessoas que vivem “num inferno” matando-as. Ele afirmou que o massacre de Christchurch era o tipo ideal de atentado por causa do grande número de vítimas. Foi confirmado, ainda, que ele usaria a capa preta e a bota apreendidas.

O rapaz ressaltou, também, que planejava realizar o massacre antes do carnaval. O crime só não aconteceu, segundo ele, porque era necessária uma arma de repetição e arma apreendida na casa, de propriedade do pai dele, não seria suficiente para atingir o objetivo.

O adolescente disse que cometeria suicídio logo após a execução do crime e afirmou que não tinha receio de reprovação social. Ele “não sentiria remorso pelas mortes, pois também já estaria morto”, disse a polícia em nota.