Polícia apura fraude em exames médicos para a obtenção e renovação de CNH, em Goiás
A Polícia Civil está investigando pessoas suspeitas de fraudar exames médicos para a obtenção e…
A Polícia Civil está investigando pessoas suspeitas de fraudar exames médicos para a obtenção e renovação de Carteiras de habilitação (CNH). Na manhã desta quarta-feira (1°), os agentes civis iniciaram operação Medical Report, com o objetivo de cumprir mandados de busca e apreensão em residências, Centros de Formação de Condutores e em uma Clínica Médica ligada aos suspeitos, nas cidades de Goiânia, Goiás e Itaberaí.
O delegado do caso, José Antônio de Podestá Neto, afirma que um dos suspeitos trabalhava como despachante. Através disso, usava contatos de dentro do Departamento Estadual de Trânsito de Goiás e direcionava seus clientes para médicos que facilitariam a aprovação nos exames clínicos exigidos para obtenção e renovação de CNH.
Dessa forma, pessoas com dificuldades visuais, que normalmente estariam inaptas para a direção de veículos, foram aprovadas nos exames médicos e obtiveram a CNH. O crime, segundo a polícia, reduz a segurança “do já conturbado trânsito de Goiânia” e coloca em risco a vida de inúmeras pessoas.
Fraude obtenção e renovação de CNH no interior de Goiás
Segundo as investigações, o mencionado despachante também possuía contatos que possibilitavam a realização de fraudes no interior do estado. Ou seja, pessoas que moram em municípios goianos diversos conseguiram a CNH com a suposta realização de exames médicos em uma clínica localizada na cidade de Goiás.
O fato chamou a atenção dos investigadores, pois moradores de cidades como Jataí, cruzavam grandes distâncias para realizar os exames para renovação da CNH naquele município. As investigações apontaram para a falsificação dos exames médicos realizados pela clínica localizada na antiga capital do estado.
Agentes do Detran eram comparsas
De acordo com o delegado José Antônio, além das fraudes para obtenção e renovação de CNH, a polícia descobriu que outros dois agentes públicos do Detran realizavam consultas e adiantavam serviços para o despachante, em prejuízo aos demais usuários.
Os funcionários recebiam pagamentos indevidos como retribuição. Portanto, foi determinado pelo Poder Judiciário o afastamento das funções dos três servidores investigados até a conclusão do procedimento policial.
Durante a operação desta quarta (1°), os agentes civis cumpriram 13 mandados de busca e apreensão, realizaram o afastamento dos três servidores, suspenderam atividades de uma clínica médica e de um centro de formação de condutores envolvidos.
A polícia também determinou que dois médicos deixem de realizar exames voltados para obtenção de CNH até o término das investigações.