Polícia apura pelo menos sete crimes e irregularidades relacionados ao racha em Goiânia
Além dos crimes, existem irregularidades que podem ou não influencar na conclusão do inquerito policial
Existem pelo menos sete crimes e irregularidades sendo apurados pela Polícia Civil relacionados ao racha ocorrido em Goiânia. O caso aconteceu durante a madrugada de sábado (7), na Avenida T-9, no Jardim América e teve como uma das consequências, a morte dos passageiros Marcella Sônia do Amaral, de 15 anos, e Wictor Fonseca, de 20.
Apesar das investigações ainda estarem ocorrendo, a Delegacia de Investigação de Crimes de Trânsito (DICT) já afirmou que os motoristas, Arthur Yury e Eduardo Henrique, podem ser indiciados por quatro crimes. São eles: duplo homicídio culposo, pelos dois óbitos decorrentes do acidente; lesão corporal dolosa, pelas outras vítimas sobreviventes do acidente; racha e embriaguez ao volante.
Isso porque, uma das vítimas sobreviventes relatou aos agentes, logo depois dos fatos, que todos estavam em uma boate, no Setor Marista. Neste local, todos ingeriram bebidas alcoólicas durante toda a madrugada. A mesma testemunha narrou que, depois de saírem do estabelecimento, houve uma disputa de racha entre uma caminhonete e uma BMW, que provocou o acidente.
Não obstante, existem outras irregularidades já descobertas pela investigação que podem ou não influencar na conclusão do inquerito policial. São elas: o excesso de velocidade dos carros durante a disputa do racha; o motorista Arthur Yuri não possuir Carteira Nacional de Habitlitação (CNH); a caminhonete envolvida no caso estava sendo ocupada por seis pessoas; entre os passageiros da caminhonete havia uma menor de idade embriagada; omissão de socorro, já que nenhum dos motoristas foi localizado pela polícia no dia do crime.
Racha em Goiânia: BMW estava a 123 quilômetros por hora
Para disputar um racha, os veículos costumam atingir altas velocidades. Não aconteceu diferente no caso ocorrido em Goiânia. Prova disso, é que a polícia confirmou ter em mãos a imagem de um fotossensor que mostra que a BMW que participava do crime passou por um semáforo a 123 quilômetros por hora, minutos antes do acidente.
De acordo com as investigações, o carro esportivo era dirigido por Arthur Iury, de 18 anos, que não tem CNH. A velocidade registrada está duas vezes acima do permitida na via, no cruzamento da Avenida T-9, com a Avenida T-2, no Setor Bueno. O registro foi às cinco horas, 11 minutos, e 14 segundos
Menos de dois minutos depois que a foto foi tirada pelo fotossensor, a caminhonete que disputava com a BMW atravessou para o outro lado da via, já no Jardim América, capotou várias vezes, e parou completamente destruída na calçada de um comércio, que teve as portas danificadas.
Caminhonete com seis pessoas
Eduardo Henrique, de 22 anos, dirigia a caminhonete que estava sendo ocupada por seis pessoas. Marcella e Wictor, que estavam no veículo, morreram.
Conforme o relato da testemunha, Marcella também ingeriu bebidas alcoólica. Apesar de ser menor de idade,
a menina estava dentro da boate, pois conhecia os proprietários do estabelecimento.
Eduardo, recebeu atendimento médico no Centro de Referência em Ortopedia e Fisioterapia (CROF). Porém, segundo a polícia, fugiu do hospital e não foi encontrado pelos agentes. A polícia também disse que realizou buscas para localizar o condutor da BMW, Arthur Yuri. Ele mora no condomínio Granville, mas ninguém estava na casa no dia do ocorrido. O veículo dele também não estava no local.
A defesa dos motoristas alega que nenhum dos dois jovens omitiu socorro às vítimas. Segundo os advogados, Eduardo estava no hospital e Arthur ficou por mais de uma hora no local do acidente.