CORPORAÇÃO BUSCA PILOTOS

Polícia Civil de Goiás deve voltar a ter helicóptero 12 anos após acidente

Polícia Militar também receberá aeronaves

Polícia Civil volta a ter helicóptero 12 anos após acidente
Polícia Civil volta a ter helicóptero 12 anos após acidente (Foto: Reprodução - Sinpol)

O governo de Goiás vai comprar três helicópteros para a secretaria de Estado de Segurança Pública, que serão usados pela Polícia Civil (1) e Polícia Militar (2). A aquisição aproveita a compra de 28 aeronaves pelo Fórum de Governadores do Centro-Oeste, do qual o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) é presidente.

Vale lembrar que, desde 2012, a Polícia Civil está sem helicóptero, época em que houve um acidente que matou oito pessoas. Além disso, possui apenas um piloto, o Delegado Geral André Ganga. Desta forma, a corporação divulga um processo seletivo para novos profissionais nas redes sociais.

Entre as exigências, o certificado teórico de habilitação e disponibilidade para fazer o curso da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Podem participar delegados, escrivães, agentes e papiloscopistas.

Já a Polícia Militar de Goiás possui pilotos habilitados para o trabalho. O governador Ronaldo Caiado disse que os preços serão menores, graças ao volume de compra. Segundo ele, em breve haverá a licitação.

Acidente com helicóptero da Polícia Civil

Em maio de 2012, um helicóptero da Polícia Civil de Goiás caiu e culminou na morte de oito pessoas. Cinco delegados, dois peritos e o principal suspeito da chacina – ocorrida em uma fazenda de Doverlândia em abril de 2012 – voltavam a Goiânia após simulação do crime quando o motor da aeronave falhou no município de Piranhas.

Morreram no acidente os delegados Osvalmir Carrasco e Bruno Rosa Carneiro – os dois estavam pilotando o helicóptero – Antônio Gonçalves, Vinícius Batista Silva e Jorge Moreira; os peritos Marcel de Paula Oliveira e Fabiano de Paula Silva; e o principal suspeito da chacina, Aparecido de Souza Alves.

Segundo o relatório do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), uma falha no motor causou a queda do helicóptero. Além desse problema, o documento apontou que, embora os pilotos tivessem toda experiência e habilitação necessárias, a aeronave estava com manutenção atrasada e sobrepeso na hora da decolagem.

O relatório pontuou ainda que o helicóptero, modelo Koala, caiu após o motor apagar em voo, a cerca de 300 metros de altura. “O apagamento do motor em voo não se deu por falta de combustível nos tanques da aeronave”, aponta o documento. Além disso, cálculos mostraram que havia aproximadamente mais 102 kg de combustíveis no tanque.

Porém, as investigações foram incapazes de determinar o que levou a essa falha, pois grande parte dos componentes da aeronave ficou comprometido depois da queda e fogo após o impacto. O documento ainda mostrou que a aeronave perdeu uma das hélices do motor.

A pá foi arremessada a 150 metros do ponto da queda. Os peritos não identificaram indícios de falhas estruturais e concluíram que a hipótese era que o tempo de reação dos pilotos não foi suficientemente rápido para evitar uma queda na rotação do motor.

Chacina

A chacina que era investigada aconteceu no dia 28 de abril de 2012. Sete pessoas foram degoladas em uma fazenda a 46 quilômetros de Doverlândia. Dois dias após o crime, Aparecido de Souza Alves foi preso como principal suspeito do crime.

Ele confessou ter matado as vítimas para roubar um dinheiro que estaria na propriedade. Na época, ele disse que: “No momento, só pensei no dinheiro. Fui totalmente estúpido”. A PC concluiu o inquérito em janeiro de 2013 e apontou que ele agiu sozinho após os peritos encontrem apenas o perfil genético dele em materiais encontrados na fazenda, como cigarro e copos.