Servidores do Detran são suspeitos de participar de esquema criminoso
Nove pessoas, entre elas quatro empresários, e dois funcionários do Detran, estão sendo investigados pela…
Nove pessoas, entre elas quatro empresários, e dois funcionários do Detran, estão sendo investigados pela Polícia Civil, suspeitos de terem montado um cartel na fabricação de placas de veículos. O esquema criminoso, que teria começado no governo passado, continuava sendo cometido agora, mas por outro grupo.
Foi após receber uma denúncia anônima em fevereiro que a Delegacia Estadual de Combate à Corrupção (DECCOR), descobriu que empresários estavam sendo obrigados a pagar propina para poder prestar o serviço da fabricação de placas veiculares ao Detran. “Junto com outras cinco pessoas, quatro empresários montaram um esquema fraudulento onde apenas empresas indicadas, ou criadas por eles, tinham a qualificação para fabricar placas de veículos. O que chama a atenção é que o credenciamento destas empresas é feito pelo Detran, e dispensa licitação, mas apenas as 19 empresas, todas pertencentes à este grupo investigado, realizavam o serviço, e sempre cobrando o mesmo preço”, relatou a delegada Magda D´Ávila, adjunta da DECCOR.
As investigações correm em sigilo, mas a delegada adiantou que pelo menos dois servidores do Detran estão sendo investigados por suspeita de envolvimento no esquema, uma vez que alguns boletos emitidos pelo órgão eram entregues ao contribuinte já com o nome da empresa que eles deveriam procurar para o emplacamento. O prejuízo aos cofres públicos ainda não foi calculado, mas quem de fato perdia com a fraude, ainda segundo Magda D´Ávila, era o cidadão, que não encontrava preços diferentes na fabricação das placas.
A polícia já tem, em mãos, um vídeo onde um dos investigados exige R$ 70 mil para que um empresário possa entrar no esquema. Esta mesma fraude, segundo as investigações, já acontecia no governo passado, mas, desde 2019, vinha sendo praticada, agora por outro grupo criminoso.
Nesta terça-feira (29), a Polícia Civil cumpriu 29, dos 31 mandados de busca e apreensão expedidos, em Goiânia, Anápolis, Aparecida de Goiânia, Porangatu, Valparaíso, Senador Canedo, Santo Antônio de Goiás, e Trindade. Foram apreendidos documentos, computadores, e celulares.
Durante o cumprimento dos mandatos, apenas um dos investigados foi preso e autuado, mas por posse ilegal de arma de fogo. Ao final das investigações, os suspeitos poderão ser indiciados por organização criminosa, formação de cartel, e corrupção passiva. Em nota, o Detran Goiás disse que colabora com as investigações da Polícia Civil.