Polícia conclui inquérito de criança internada sem unhas e com lesões no intestino
Menina perdeu 30 centímetros de intestino por necrose provocada por golpe contundente. Mãe é a principal suspeita
A Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) conclui, nesta sexta-feira (21), o inquérito policial sobre as supostas torturas praticadas contra uma menina de 3 anos de idade, em Goiânia. A bebê foi internada no último dia 7 de maio, sem duas unhas e com ferimentos pelo corpo e lesões no intestino. A mãe, 25 anos, é a principal suspeita de provocar lesões da filha, mesmo negando o crime e alegando que os ferimentos decorriam de uma queda de bicicleta.
As suspeitas recaem sobre a mulher, segundo a PC, porque a versão defendida por ela é contestada pelos médicos que prestaram atendimento à criança. Segundo os agentes de saúde, a criança deu entrada no Hospital Materno Infantil no dia 7, mas as violências provavelmente aconteceram por volta do dia 1º de maio, seis dias antes.
A mãe, que está grávida, defende que levou a criança em outros três Cais à procura de atendimento médico, reforçando sempre a a alegação de que a filha caiu da bicicleta, no Setor Santa Genoveva, onde vivem. Outras testemunhas, incluindo o padrasto, que também vive com a menina, foram ouvidas ao longo da semana. O conjunto probatório e os relatos reforçam a tese da investigação de que houve maus-tratos por parte da mãe. A mulher, nesse caso, poderá ser indiciada por tortura qualificada por lesão grave, crime cuja pena varia de quatro a 10 anos de reclusão.
Polícia afirma ainda que não há indícios de autoria ou participação do padrasto no crime e que em breve novas informações serão compartilhadas. O nome dos envolvidos não foi divulgado e, por isso, o Mais Goiás não localizou suas defesas.
Denúncia
Foi a equipe médica do hospital que fez a constatação de que os ferimentos apresentados eram incompatíveis com a justificativa apresentada e acionou o Conselho Tutelar na sequência. A menina perdeu 30 centímetros do intestino delgado por necrose provocada por trauma contundente. A vítima passou por cirurgia e ainda segue hospitalizada.