Inquérito

Polícia conclui que transexual que estava desaparecida foi morta por dívida de drogas

Mensagens de celular enviadas a uma amiga mostram que Alicia tentou simular que tinha os R$ 500 para pagar ao traficante

Alicia Marques, que desapareceu em 12 de fevereiro de 2023 (Foto: Reprodução)
Alicia Marques, que desapareceu em 12 de fevereiro de 2023 (Foto: Reprodução)

Uma dívida de R$ 500 referentes à compra de drogas, segundo a Polícia Civil, foi o que motivou o assassinato de uma transexual, no ano passado, em Aparecida de Goiânia. Os dois suspeitos pela morte da jovem, que tinha somente 18 anos, e na identidade se chamava Edmar Gustavo Marques Pereira, estão presos.

Os ossos de Alicia Marques, que desapareceu em 12 de fevereiro de 2023 após sair da casa onde morava com a mãe, no Jardim Helvécia, em Aparecida de Goiânia, foram encontrados em dezembro do ano passado, em uma mata. Somente no início deste mês de setembro, porém, foi que a Polícia Técnico Científica conseguiu identificar, através de um exame de DNA, que o esqueleto pertencia à jovem.

Durante as investigações, a Polícia Civil descobriu que, após sair de casa em fevereiro do ano passado, Alícia foi até uma distribuidora de bebidas, de onde foi levada, em uma moto, para a casa de um traficante. A suspeita é que lá dentro ela tenha sido ameaçada para pagar uma dívida, já que enviou mensagens de celular para uma amiga, que supostamente lhe devia R$ 500.

Na mensagem, ela pergunta se podia ir até lá buscar o dinheiro, o que, desconfia a polícia, teria sido uma tentativa dela, para se livrar do traficante, e do comparsa que a levou de moto até a casa. Preso no mês passado, os dois suspeitos, que não tiveram as identidades reveladas, permaneceram em silêncio durante o depoimento.

Causa da morte

Como a ossada só foi localizada quase um ano após o desaparecimento, a perícia não conseguiu concluir de que forma a transexual foi assassinada. Pelo que apurou a polícia, Alicia foi executada no mesmo dia em que desapareceu, mas teve o corpo jogado na mata somente dois dias depois.

Um dos acusados pela morte dela já possuía antecedentes criminais, e, segundo a tornozeleira eletrônica que o monitorava, esteve no lugar onde o corpo dela foi abandonado. Restos da roupa que ela usava também foram encontrados, e reconhecidos pela mãe.

Os dois presos foram indiciados por homicídio qualificado, praticado por motivo torpe, e, se condenados, podem passar, de 12, até 30 anos na cadeia.