Polícia Civil deflagra operação contra quadrilha que atua em presídios em Goiás
Foram expedidos 82 mandados de prisão. Maioria dos 72 mandados já cumpridos até agora foi contra criminosos que já estão presos
Em uma ação desencadeada nesta quinta-feira (23), em 51 cidades, a cúpula da Segurança Pública de Goiás cumpriu, até o meio-dia, 72 mandados de prisão contra criminosos que estariam se articulando nos presídios do Estado. Dos 82 mandados de prisão expedidos, apenas 15 são contra suspeitos que estavam em liberdade, sendo que o restante tem por finalidade manter, na cadeia, criminosos que seriam liberados nos próximos dias.
Coordenada pela Delegacia Estadual de Repressão ao Crime Organizado (Draco), a operação “Insônia” foi executada por agentes das Polícias Civil, Militar, do Ministério Público Estadual, e da Superintendência Executiva de Administração Penitenciária (Seap). “O que nós tentamos impedir, principalmente, é que bandidos perigosos, ligados a facções criminosas, fossem beneficiados com a liberdade, e nesse ponto, a operação alcançou o sucesso pleno”, afirmou o titular da Draco, delegado Breynner Cursino.
De acordo com ele, os crimes atribuídos aos 87 alvos da operação vão, desde o tráfico de drogas, passando pelo roubo, furto, e assassinatos. “Nos presídios, por exemplo, os crimes eram continuados, já que tráfico de drogas lá dentro nunca parou, e vez ou outra um homicídio sempre acontece”, destacou o delegado.
Durante a investigação, que começou a 2015, e segundo a polícia já desarticulou várias quadrilhas, os investigadores descobriram que o comando das ações criminosas “girava”, entre os presídios de Aparecida de Goiânia, Itumbiara, Morrinhos e Catalão. De dentro destas unidades, através de cartas, encontros íntimos, ou pelo celular, bandidos davam ordens para que comparsas praticassem crimes do lado de fora.
“Nós fazemos um mapeamento diuturno em todas as cadeias, mas esse é um trabalho que demanda tempo, e só traz resultados a longo prazo, como esse que acontece agora”, pontuou o tenente coronel Newton Castilho, titular da Seap. Por medidas de segurança, e para não atrair novos líderes, os nomes dos presos na operação, ainda de acordo com o tenente coronel, não serão divulgados.
Além dos mandados de prisão cumpridos, a operação pretende também isolar alguns dos investigados, e estuda até mesmo transferí-los de presídios, o que será feito, segundo Breynner Cursino, de forma sigilosa, e sem alarde. O delegado disse ter certeza de que, em decorrência da operação, crimes como roubos de veículos, a estabelecimentos comerciais, tráfico de drogas, e assassinatos, terão uma queda considerável nos próximos dias em todo o estado.