Polícia descobre barragem construída sem licença ambiental em Cavalcante
PM afirma que obra feita de forma irregular em área de preservação ambiental coloca vida de famílias em risco
A Polícia Militar descobriu a existência de uma barragem construída em 2009 sem licença ambiental no município de Cavalcante, região Norte de Goiás. A obra tem cerca de dois hectares e fica em uma área de preservação permanente (APP).
De acordo com os militares, a barragem tem mais de 300 metros lineares e seis metros de altura, com acúmulo de água em área de dois hectares de chão. O que equivale a cerca de dois campos de futebol. Ainda segundo os policiais, o fluxo da água era utilizado para abastecer quatro tanques, também irregulares, para criação de peixes.
Barragem em situação irregular está colocando vida dos moradores locais em risco, afirma PM
Além de ter sido feita em área de preservação, toda a construção foi desenvolvida sem licença e sem analise de um projeto de impacto ambiental, às margens do córrego Estivinha. Ainda segundo os agentes, houve também a degradação da mata ciliar ao longo do Rio e demais nascentes que o abasteciam, pois pelo fato de não ter sido cercadas, foram degradas com o acesso da criação de bovinos e caprinos.
Por esse motivo, a polícia afirma que a barragem estava colocando a vida dos moradores locais em risco. “A barragem está causando um dano muito grande para o meio ambiente e para aqueles que dependem da água desse manancial, sendo motivo de urgência a recuperação de toda a área degradada”, descreveu a polícia no boletim.
Barragem em situação irregular foi autuada, mas existem outras que devem ser fiscalizadas
O proprietário da fazenda acompanhou toda a ação militar. Ele foi autuado e o caso repassado ao Ministério Público, para a adoção das providências cabíveis.
Ao Mais Goiás, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) informou que estima a existência de pouco mais de 10 mil barragens em todo o Estado.
Destas, somente 4.833 já foram cadastradas nos sistemas da Secretaria. Ou seja, cerca de 50% estão sujeitas à fiscalização. No início do ano passado, em Pontalina, uma represa se rompeu após uma forte chuva e causou destruição entre a população.
*Larissa Feitosa compõe programa de estágio do Mais Goiás sob supervisão de Hugo Oliveira.