Atentado

Polícia divulga imagens do homem que enviou bomba para advogado

Motoboy que entregou encomenda já foi identificado, e segundo investigações, não sabia o que transportava

A Polícia Civil divulgou na manhã desta terça-feira (20) à imprensa imagens do homem que no último dia 15 de julho enviou uma bomba para o advogado Walmir de Oliveira Cunha, de 37 anos, em um escritório no Setor Marista, em Goiânia. O motoboy que entregou a encomenda, segundo as investigações, nada tem a ver com o atentado, já que não tinha conhecimento do que transportava.

As imagens obtidas pela polícia mostram o momento em que um homem idoso vestido com uma camisa social e com um boné passa pelo local. Ele entregou a caixa com o explosivo para o motoboy na Avenida Vera Cruz, esquina com a Avenida Contorno, no Jardim Guanabara.

De acordo com o delegado Valdemir Pereira, titular da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), o boné e a forma como caminhava, de cabeça baixa, mostram que ele planejou não ser identificado. “Vimos que ele também usa uma tala no braço direito, não sabemos se tem alguma deficiência ou colocou pra disfarçar. O fato é que a partir de agora contamos com a ajuda da população para identificar quem é esta pessoa”, destacou.

As investigações feitas até agora, ainda de acordo com o titular da Deic, descartam a possibilidade de um crime passional. “Foi um atentado contra a advocacia”, afirmou. Valdemir Pereira, que já ouviu o motoboy, disse ainda que já tem algumas informações que podem levar à motivação, mas que não pode divulgá-las para não atrapalhar as investigações.

O artefato entregue na KBR Advogados e Consultoria, segundo o tenente Marques Neto, que é especialista em explosivos do BOPE, tinha em sua composição 500 gramas de explosivos usados em pedreira, e era acionado por compressão. “Se o advogado não tivesse jogado a caixa quando escutou o clic ao abrí la com certeza ele estaria morto”, relatou o oficial PM.

Segundo o especialista, o artefato enviado ao advogado não poderia ter sido fabricado por qualquer pessoa. Por isso, o delegado responsável pelas investigações acredita que ao menos um policial tenha participado do atentado.

Além de ferimentos em outras partes do corpo, o advogado Walmir Cunha perdeu três dedos da mão direita na explosão. Ele já passou por oito cirurgias e ainda fará mais uma nos próximos dias.