CRIME AMBIENTAL

Polícia encontra drenos ilegais em rio que cruza área de preservação, em Crixás (GO)

Drenagem pode atingir o Rio Araguaia e ocasionar a seca do Rio Crixás

Polícia investiga fazendeiro após localizar drenos no Rio Crixás – Açu, em Crixás (Foto: Divulgação/Polícia Civil)

A Polícia Civil de Goiás encontrou drenos ilegais no rio Crixás-Açu, que cruza uma área de preservação ambiental no município de Crixás. A operação, batizada como “Drenos em Goiás, Nunca Mais”, foi deflagrada na última terça-feira (26), mas divulgada uma semana depois. O crime pode resultar na seca do rio e prejudicar o Araguaia, por ser um afluente direto. Um fazendeiro está sob investigação.

“Encontramos no rio Crixás uma área de 14 mil hectares com grande parte da área de preservação permanente sendo drenada. Se trata de um dano irreversível porque o dreno já é feito com o objetivo de secar a água do rio e colocar pastagem de gado ou agricultura no lugar. Se seca esse manancial, seca também o Rio Crixás e por consequência, afeta o Rio Araguaia. Isso, associado ao desmatamento, é a destruição da fauna e da flora juntos,”, explica o delegado Luziano Carvalho, responsável pela investigação.

De acordo com o delegado, o crime ambiental foi descoberto após denúncias e fiscalizações feitas com drones pela área afetada. O fazendeiro será intimado para apresentar um plano de recuperação da área degrada, caso haja meios de ser recuperada. As investigações devem ser concluídos pelos próximos dias e o caso será encaminhado ao Poder Judiciário.

“A pena é detenção de 1 a 6 meses, multa que pode chegar a R$ 10 milhões dependendo do tamanho da área, ou ambos simultaneamente”, comenta o titular da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema).

Outros rios de Goiás também sofrem com crimes ambientais. “Hoje temos tantos drenos. Só o Rio Água Limpa tem mais de uma centena de pivôs centrais, o Rio vermelho tem muitas denúncias de pivôs e loteamentos irregulares. Isso, associado ao desmatamento, é a destruição da fauna e da flora juntos, uma quebra do equilíbrio natural que prejudica o ecossistema”, conclui o delegado.

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