Polícia faz buscas na casa de jurado que causou interrupção do júri do caso Valério Luiz
Investigações apuram reais circunstâncias da quebra de incomunicabilidade do jurado
A Polícia Civil fez buscas nesta quinta-feira (28) na casa do jurado que passou mal, deixou o hotel em que estava isolado e causou a interrupção do julgamento do caso Valério Luiz, em Goiânia. Segundo a corporação, o objetivo da operação é apurar se houve algum crime por parte do estudante de direito de 27 anos.
O júri popular foi encerrado no dia 14 de junho deste ano. Uma nova sessão como novos jurados está prevista para novembro.
Vale lembrar, o jurado era um dos sete escolhidos para julgar os cinco réus acusados de homicídio contra o radialista Valério Luiz, entre eles, o dirigente do Atlético Clube Goianiense Maurício Sampaio. Conforme as regras, o jovem deveria se manter isolado no hotel, sem contato com outras pessoas para não influenciar no processo.
Como o nome do jurado não foi divulgado, o Mais Goiás não conseguiu ouvir um posicionamento dele. O espaço segue aberto.
Polícia apura crime de prevaricação
A equipe da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes contra a Administração Pública (Dercap) apura o suposto crime de prevaricação e, nesse sentido, apreenderam computadores, celular, pen drive e documentos na casa do jurado, que fica na Vila Alpes.
As investigações apuram as reais circunstâncias em que ocorreu a quebra da incomunicabilidade do jurado, que alegou ter abandonado o hotel em que estava hospedado, na noite do primeiro dia julgamento, devido a problemas de saúde em razão da ingestão de alimentos derivados do leite, já que, segundo ele, seria intolerante à lactose. À Justiça, o jurado disse que foi buscar um remédio.
Como ele não tinha condições físicas de continuar no julgamento e também violou a ordem de se manter sem contato com outras pessoas, o júri foi interrompido no dia 14 de maio e remarcado para começar do zero, com outros jurados, em novembro.
Após a interrupção do júri, o juiz Lourival Machado da Costa mandou investigar a conduta do jurado. As investigações da Dercap tiveram apoio e colaboração da Divisão de Inteligência Institucional do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO).
Relembre o crime cometido contra Valério Luiz
O assassinato foi cometido por volta das 14 horas do dia 5 de julho de 2012, na Rua T-38, no Setor Bueno, a poucos metros da emissora em que Valério Luiz trabalhava. A morte do radialista Valério Luiz completou 10 anos neste ano.
Os denunciados pelo Ministério Público são: Ademá Figuerêdo Aguiar Filho, Djalma Gomes da Silva, Marcus Vinícius Pereira Xavier, Maurício Borges Sampaio e Urbano de Carvalho Malta.
Segundo o MP, o inquérito policial apurou que Ademá Figuerêdo Aguiar Filho, em “conluio, repartição de tarefas e contando com a participação dos demais denunciados, efetuou vários tiros em Valério Luiz de Oliveira, causando-lhe a morte imediata”.
De acordo com o Ministério Público, foi apurado que as constantes e enfáticas críticas que Valério Luiz de Oliveira fazia à diretoria do Atlético Clube Goianiense, no exercício da profissão de jornalista e radialista esportivo, nos programas Jornal de Debates, da Rádio Jornal 820 AM, e Mais Esporte, da PUC-TV, teriam desagradado o empresário Maurício Sampaio, que era dirigente do clube de futebol.
Os comentários da vítima geraram acirrada animosidade e desentendimentos, segundo a denúncia apresentada.
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