Polícia indicia 2 por estupro coletivo em Águas Lindas; um deles é subtenente da PM
Advogado da vítima diz que cliente está traumatizada, mas confiante no trabalho da corporação
A Polícia Civil (PC) indiciou o subtenente da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) Irineu Marques Dias por suspeita de participar de estupro coletivo a uma jovem de 25 anos em uma festa que ocorreu em Águas Lindas de Goiás, no Entorno do DF. A vítima denunciou cinco homens, sendo três deles presos – Thiago de Castro Muniz, também indiciado, e o irmão do PM, Daniel Marques Dias, que não teve indiciamento por falta de provas.
Os três ainda estão presos, mas, com o desdobramento, a Justiça do Goiás deve reanalisar a necessidade de manutenção da prisão preventiva, caso a caso.
Por nota, a PMDF informou que acompanha o andamento do processo e já instaurou procedimento para apurar os fatos e tomar as providências pertinentes. “Reforçamos que a PMDF não compactua com quaisquer desvios de condutas, menos ainda com ações que configurem crimes.”
Já o advogado da vítima, Bruno de Oliveira, entendeu como correto o indiciamento. “A autoridade policial empreendeu esforços para ouvir o máximo de pessoas em tempo muito curto e analisar as versões, cotejá-las adequadamente e então realizar o indiciamento.”
Questionado sobre o terceiro não indiciado, o advogado diz que, “se a autoridade policial não logrou êxito em confirmar a sua autoria no crime, a ausência de indiciamento é medida adequada, notadamente em decorrência do princípio da presunção de inocência.” Já sobre a cliente, ele afirma que, embora ela esteja traumatizada, segue confiante no trabalho da Polícia Civil do Goiás.
Caso do estupro coletivo em Águas Lindas
O caso aconteceu em 9 de outubro. vítima, moradora de Águas Lindas, estava em uma festa na cidade quando foi levada a um quarto por duas mulheres para que pudesse dormir. Logo em seguida, o policial militar teria entrado no local, ameaçado a jovem e cometido o estupro, segundo informações da Polícia Civil.
À época, o delegado Fernando Lobão, responsável pelo caso afirmou que o relatório do IML constatou a existência de secreções que são vestígios de abuso sexual. O delegado disse ainda que o relatório comprovou a materialidade delitiva corroborado pelos depoimentos que levou à prisão dos três suspeitos.
Depoimento da vítima
De acordo com o delegado, o depoimento da vítima revela que ela não conseguiu reagir aos estupros porque o policial militar a ameaçou com uma arma da corporação e ela não ofereceu resistência porque sabia que não conseguiria fugir. A vítima ressaltou que todos os atos foram sem o consentimento dela.
No depoimento ainda consta que após o estupro do policial, outros dois homens entraram no quarto e cometeram o crime. Quando eles saíram, outros dois entraram e também a estupraram. Por fim, o militar voltou e repetiu o estupro.
A vítima relatou que, durante os estupros, pediu por socorro, mas ninguém apareceu para ajudá-la. Quando houve descuido dos autores, conseguiu fugir e pedir ajuda. A jovem foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros e levada ao hospital, onde passou por atendimento. Em seguida, foi à delegacia e relatou o crime”, completou o delegado.
Reconhecimento
Ainda durante as investigações, seis suspeitos foram levados à delegacia. Houve reconhecimento da vítima em três pela autoria do crime. Os outros foram liberados após serem ouvidos como testemunhas.
Os três suspeitos negaram o crime, revelou o delegado. Fernando ainda disse que os suspeitos afirmam estavam na festa, mas em outro local da casa, que não participaram do crime e nem souberam de nada. No entanto, não deram mais detalhes e ficaram em silêncio durante o depoimento.
Os três suspeitos passaram por audiência de custódia e foram presos. O policial foi encaminhado para Goiânia e os outros dois foram para o presídio de Águas Lindas de Goiás.
Advogados de defesa
O portal tenta conseguir o contato dos advogados dos indiciados. O espaço permanece aberto.