Polícia indicia 4 pessoas por incêndio criminoso de 12 dias na Chapada dos Veadeiros
As queimadas destruíram uma área de cerca de 28 mil hectares, o equivalente a 28 mil campos de futebol
A Polícia Civil concluiu que o incêndio que durou 12 dias na Chapada dos Veadeiros, em setembro deste ano, se iniciou por ação humana. As investigações apontam quatro pessoas responsáveis pelo crimes, todas já indiciadas. Duas delas, teriam cometido o crime de forma acidental (culposa) e outras duas de forma intencional (dolosa). As queimadas destruíram uma área de cerca de 28 mil hectares, o equivalente a 28 mil campos de futebol.
Nos casos culposos, não intencionais, investigadores afirmam que o fogo partiu de “condutas imprudentes” durante o manuseio de materiais de construção. Fogo se alastrou e provocou a queima do condomínio Vale Azul, em Alto Paraíso. Uma das testemunhas relatou que o fogo lhe causou prejuízo de cerca de R$ 150 mil.
Quanto aos focos gerados supostamente de forma intencional, a PC ressalta que um ocorreu em uma estrada vicinal que liga Alto Paraíso ao Distrito de São Jorge. Outro, mais grave, teve início na Fazenda Cascata. Este último provocou a queima de 14.183 hectares, segundo as investigações.
A polícia não detalhou as razões dos suspeitos de atearem fogo às vegetações.
Os quatro suspeitos irão responder pelos crimes previstos nos artigos 41 e 39 da Lei dos Crimes Ambientais, além do crime de incêndio qualificado previsto no artigo 250, § 1º do Código Penal.
Incêndio de 12 dias na Chapada dos Veadeiros
Na ocasião, mais de 200 pessoas, entre profissionais e voluntários, atuaram para combaterem as chamas.
No entanto, foi apenas após a ocorrência de chuvas no dia 24 de setembro que os focos de incêndio se arrefeceram na Chapada dos Veadeiros.
O coordenador de combate a incêndios do ICMBio, João Paulo Morita, afirma que o problema dos incêndios florestais está relacionado, sobretudo, a questão social do uso e ocupação do solo, no caso da agropecuária, por exemplo, ou no avanço da urbanização.
“As cidades estão avançando para zonas peri-urbanas e existe ainda um desconhecimento enorme ao que pode causar um incêndio”, diz.