INVESTIGAÇÃO

Polícia indicia filho de idosa que morreu queimada em incêndio no DF

Corporação concluiu que o ex-médico incendiou o imóvel

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) indiciou, nesta sexta-feira (26), o filho de uma idosa que morreu queimada durante um incêndio no apartamento, em Águas Claras (DF). O crime aconteceu em 31 de maio e a corporação concluiu que o ex-médico Lauro Estevão Vaz Curvo incendiou o imóvel no Residencial Monêt, causando a morte da mãe, Zely Curvo, de 94 anos.

O Mais Goiás não conseguiu o contato da defesa do suspeito. O espaço segue aberto.

Lauro foi preso em 14 de junho e teve a prisão temporária convertida em preventiva. Ele foi indiciado por feminicídio qualificado por motivo torpe, além de uso de fogo e de recurso que impossibilitou a defesa da vítima, e fraude processual.

Durante as investigações, a perícia verificou que as chamas começaram na maca onde Zely estava e descartou hipóteses como acidentes elétricos ou ação natural. A investigação é da 21ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Sul). As informações são do Metrópoles.

Caso

Em 31 de maio, um incêndio vitimou Zely Curvo, 94 anos. Naquele momento, ela estava só, no apartamento, conforme as investigações. Consta no mandado de prisão, entretanto, que Lauro deixou o imóvel da mãe cinco minutos antes do incêndio. O documento assinado pelo desembargador Mário-Zam Belmiro usou isso como justificativa para a prisão, em meados de junho.

O filho da mulher, inclusive, já tinha sido autuado pela PCDF no último 3 de junho por fraude processual, uma vez que entrou no imóvel sem autorização e teria modificado o local do crime. À época, ele prestou depoimento sobre a acusação na 21ª Delegacia de Polícia e disse que foi ao apartamento para buscar roupas e alimentos na geladeira. Naquele momento, ele assinou um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e foi liberado.

Sobre a dinâmica do incêndio, vizinhos relataram que perceberam o cheiro de fumaça por volta das 8h de 31 de maio. Os bombeiros foram acionados cerca de 1 hora depois.

Curatela

Lauro foi destituído da curatela da mãe e deixou de ter acesso e controle “dos proventos percebidos pela curatelada, o que teria despertado grande contrariedade”, conforme o desembargador na decisão pela prisão do suspeito. Testemunhas afirmaram que ele, quando responsável por gerir os recursos da idosa, gastava o dinheiro com as próprias despesas.

Ex-médico

Lauro é médico ginecologista. Ele foi condenado em primeira e segunda instância, tendo o registro cassado pelo Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF), após acusação de duas pacientes. Ele teria tocado ambas indevidamente durante exames clínicos, entre 2009 e 2010. Uma delas tinha 17 anos e estava grávida.