Polícia indicia jovem por matar namorado com agulha de narguilé, em Aparecida
Nicole Maria foi indiciada pro homicídio doloso privilegiado. Apesar disso, delegado não pediu a prisão da jovem em razão de ser ré primária
A Polícia Civil (PC) indiciou a Nicole Maria, de 19 anos, por homicídio doloso privilegiado na manhã desta terça-feira (24). Ela é suspeita de matar o namorado, Adailton Gomes de Abreu, de 24 anos, com uma agulha de narguilé em Aparecida de Goiânia, em setembro deste ano.
Segundo o delegado Eduardo Rodovalho, apesar do não ter o dolo direto, a adolescente assumiu o risco de matar devido a intensidade do golpe desferido no peito do rapaz. “O golpe atingiu 19 centímetros até atingir o coração da vítima. O que se nota é que o narguilé ainda estava em uso, já que houve marcas de queimaduras na região do peito. A agulhada fez com que houvesse um sangramento e comprometesse o coração”, relata.
Eduardo diz que, mesmo com o indiciamento, não houve pedido de prisão preventiva da jovem pelo fato de ela ser ré primária e não oferecer risco a outras pessoas. “Nicole se apresentou espontaneamente na delegacia com o se genitor, não tem passagens pela polícia, não teria por que tumultuar as investigações nem ameaçar as testemunhas”, destaca.
O inquérito agora segue para o cartório e, depois, será revertido ao Ministério Público de Goiás (MP-GO) para que se decida se a jovem será ou não denunciada pelo crime.
O crime com a agulha
A morte de Adailton ocorreu no dia 18 de setembro no Setor Village Garavelo, em Aparecida de Goiânia. Em depoimento à polícia, a jovem contou que agiu para se defender de um ataque que teria sofrido pela vítima. Porém, segundo o delegado, as investigações mostraram que o casal vivia uma relação bastante conturbada. “O convívio deles era muito tumultuado e com agressões mútuas. A própria vítima já teria confidenciado isso a algumas testemunhas”, destaca.
A jovem contou que, após uma discussão por causa de um pastel, o jovem teria quebrado o narguilé. Ela, então, gritou pela mãe. “Nesse momento, ela pegou a agulha e desferiu o golpe na vítima. O bom trabalho da perícia ajudou a constatar que não houve legítima defesa e sim que ela o atacou, já que não houveram lesões no dia o crime que justificassem a legítima defesa”, conta.
No dia do crime, a mãe de Nicole pensou que o jovem teria sofrido um mal súbito. “Como a perfuração no local da lesão era muito pequena, houve uma dúvida inicial sobre a causa da morte. Mas já existe a confirmação de que o óbito foi causado por um objeto perfurocortante que penetrou o mamilo esquerdo da vítima e atingiu o coração”, disse.