Polícia investiga ameaças e tentativas de extorsão contra advogados de Rio Verde
Em uma ligação, que durou cerca de 11 minutos, o suspeito exigiu uma transferência de R$ 5 mil para soltar um comparsa
A Polícia Civil investiga ameaças e tentativas de extorsão contra advogados de Rio Verde. As ligações, que têm o DDD do Rio de Janeiro, começaram após o assassinato do advogado Cássio Bruno Barroso, morto em frente ao escritório em que trabalhava no último dia 3 de outubro.
Segundo o delegado Jorge Mesquita, os criminosos ligam para os profissionais e exigem pagamentos em troca da liberação de comparsas presos. Até o momento, quatro advogados já registraram boletins de ocorrência sobre as ameaças recebidas.
O caso mais recente ocorreu na segunda-feira (14). Durante a ligação, o suspeito fez ameaças diretas à advogada com detalhes sobre seu endereço e os nomes de seus filhos. “Eu acredito que a senhora não queria mal nem para os teus filhos, nem para a senhora, nem para tua família. E a ordem contra a vida da senhora e tua família já foi dada, só que eu não quero resolver dessa forma”, disse o golpista.
Em seguida, ele deixou claro o que poderia acontecer caso suas exigências não fossem atendidas. “Pra mim poder mandar um carro, uma moto, uma bicicleta num horário oportuno, encostar do lado e derramar sangue, eu só preciso fazer uma ligação”, afirmou o suspeito.
O suspeito alegou ter chegado até a vítima por meio de um suposto delegado, ao qual ela teria feito uma denúncia anônima. O criminoso revelou que o delegado estava cobrando R$ 100 mil para soltar um comparsa e que a facção criminosa já havia pago R$ 53 mil. Ele ainda pediu entre R$ 3 mil e R$ 5 mil como uma forma de “agradecimento”.
Em ligação para outro advogado, que durou cerca de 11 minutos, o suspeito também fez ameaças e exigiu uma transferência de R$ 5 mil.
Conforme o delegado, esse esquema criminoso parece estar relacionado com pessoas presas no Rio de Janeiro que tentam tirar proveito da situação gerada pela morte do advogado Cássio Bruno. Mesquita explicou que os golpistas pesquisaram informações sobre advogados em Rio Verde e usaram dados disponíveis nas redes sociais para descobrir nomes de familiares e amigos das vítimas.
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Rio Verde, Alessandro Gil, confirmou a gravidade das ameaças e recomendou que todos os advogados afetados procurem a Polícia Civil para registrar ocorrência. Por meio de nora, afirmou que a OAB está atenta ao caso e auxilia na identificação dos criminosos.