Polícia investiga caso de motorista de app grávida que foi agredida por passageira, em Goiânia
Mulher registrou boletim de ocorrência e disse que passageira estava 'visivelmente embriagada'
A Polícia Civil investiga o caso de uma motorista de aplicativo que está gravida e que foi agredida por uma passageira, em Goiânia. A corrida que terminou em agressão aconteceu no último domingo (3), depois que a gestante se recusou a levar a passageira no banco da frente, por ela estar sem máscara.
No boletim de ocorrência registrado pela motorista, ela explica que há um tempo não trabalhava como motorista de aplicativo, justamente por estar gestante. Porém, a vítima também alega que tem vivido uma situação financeira difícil e que aproveitou uma promoção feita pelo aplicativo aos motoristas e voltou a trabalhar.
Durante o domingo (3), na quarta viagem que fazia no dia, a motorista conta que foi até o Residencial Oeste, na capital. Lá se deparou com quatro passageiros, entre eles a mulher que ela acusa de agredi-la.
A motorista narra que três dos passageiros se dirigiram até os assentos traseiros e que a última, uma mulher, foi se sentar no banco da frente. A motorista afirma que essa passageira estava “visivelmente embriagada” e que não queria transportá-la sem máscara por estar grávida. “Ela ficou muito alterada e começou as ofensas. Eu desci do carro para não ser agredida e ela ficou no veículo”, narrou.
Ainda segundo o boletim de ocorrência, a passageira ligou para a polícia, que informou que a motorista não tinha obrigação de levá-la sem máscara. A motorista alega que a mulher ficou muito irritada por não poder ser levada no banco da frente.
Durante a briga, a passageira xingou a gestante. “Preta, gorda e fuleira. Você não deve nem saber quem é o pai do seu filho. Eu tenho dinheiro para contratar advogado. Não sou como você que ganha R$ 2 mil por mês”, teria dito a passageira.
Uma testemunha registrou vídeos das agressões com tapas e murros. As gravações estão sendo analisadas pelos investigadores.
A motorista fez exame de corpo de delito para dar continuidade a investigação policial. Devido as ofensas racistas, o caso ficará a cargo do Grupo Especializado no Atendimento às Vítimas de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Geacri).
A reportagem não localizou a defesa de nenhuma das duas mulheres para manifestação. O espaço está aberto.