Polícia investiga compra de medicamentos superfaturados em Montes Claros
Mandados de busca e apreensão foram cumpridos no hospital público municipal, na prefeitura, e em uma empresa que fica em Aparecida de Goiânia
A Polícia Civil cumpriu, nesta terça-feira (26), em Montes Claros de Goiás, mandados de busca e apreensão que pretendem apurar a denúncia de que medicamentos estavam sendo adquiridos pelo município por um valor até quatro vezes maior que o praticado no mercado. Um mandado de busca também foi cumprido na sede da empresa que vende os medicamentos, em Aparecida de Goiânia.
De acordo com o delegado Webert Leonardo, titular da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a Administração Pública (Dercarp), além da suspeita que o contrato, que beneficiou apenas uma empresa, tenha sido feito sem licitação, já existem indícios de superfaturamento na aquisição de vários medicamentos.
“Um AS, por exemplo, que no mercado custa R$ 8,80, foi adquirido pela Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura de Montes Claros de Goiás por R$ 30,40. É inadmissível que em um momento tão grave como esse, em que o mundo enfrenta uma pandemia, o gestor, que é quem deveria estar zelando pelo dinheiro do cidadão, permita, ou compactue com esse tipo de falcatrua”, pontuou.
Os mandados de busca e apreensão que apreenderam documentos e notas fiscais foram cumpridos na empresa que vendeu os medicamentos, em Aparecida de Goiânia, na Secretaria Municipal de Saúde, e na sede da Prefeitura de Montes Claros de Goiás.
A Polícia Civil também conseguiu, na justiça, o bloqueio de quase R$ 44 mil nas contas dos investigados, valor que, segundo Webert Leonardo, é referente a ultima negociação realizada entre a prefeitura e a empresa. Caso sejam comprovadas as fraudes, os responsáveis serão indiciados por fraude a licitação, associação criminosa, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, e peculato.
Por meio de nota enviada à imprensa, o Secretário Municipal de Saúde de Montes Claros de Goiás, José Antônio de Amorim Neto afirmou que todos os processos de compra de medicamentos foram realizados com cotações prévias, e foram publicados no Portal da Transparência, e no site do Tribunal de Contas do Estado de Goiás (TCE). Ele também disse acreditar que as denúncias sejam fruto de uma manobra política, com cunho eleitoral.