FRAUDE

Polícia investiga compra de vagas no curso de medicina em faculdade privada de Mineiros

De acordo com o delegado Thiago Escandolhero, pelo menos menos dois alunos teriam pago R$ 130 mil para ingressar no curso

Polícia investiga compra de vaga no curso de medicina em faculdade privada de Mineiros

A Polícia Civil investiga mais um caso de compra de vaga no curso de medicina. Dessa vez, a instituição alvo é uma faculdade privada da cidade de Mineiros, Sudoeste de Goiás. De acordo com o delegado Thiago Escandolhero, dois alunos teriam pago R$ 130 mil para ingressar no curso. Ambos transferidos do Paraguai para cá. A dona da faculdade e outras duas diretoras da unidade estão presas.

Os dois estudantes investigados ainda não foram detidos, mas confessaram o crime. Segundo a polícia, eles estão, neste momento, no oitavo período do curso. Ou seja, já estavam atendendo em Unidades Básicas de Saúde do município. Eles explicaram ao delegado que fraudaram histórico escolar, além de terem desembolsado a quantia em dinheiro.

Do Paraguai ao Brasil: como funcionava a fraude de transferência para curso de medicina

Escandolhero explica que os alunos cursavam o 8º período do curso no Paraguai. Porém, queriam estudar no Brasil por conta da qualidade do ensino. A transferência legal, segundo o delegado, exige prova e documentação extensa e nem sempre o acadêmico consegue permanecer na mesma etapa que cursava na faculdade de origem.

Essa, de acordo com Thiago, foi a justificativa usada pelos estudantes para fraudarem a transferência. Segundo as investigações, primeiro eles forjavam um histórico escolar falso, mas associado a uma universidade brasileira. Assim usaram o documento ilegal para realizarem uma “transferência”, como se já estudassem em uma instituição de ensino nacional.

Dessa forma, conseguiram continuar o curso a partir do mesmo período que estavam no Paraguai.

Confissões

As duas diretoras e a dona da faculdade estão presas de forma preventiva por cinco dias. Os dois estudantes vão responder pelo processo em liberdade, por colaborarem com as investigações. “Esses dois confessaram, indicaram o esquema e estão colaborando com as investigações”, disse.

Outros suspeitos de compra de vagas

Além das mulheres e dos dois estudantes, o investigador informa que há suspeitas de mais alunos com fraude no curso. Os investigados devem responder pelo crime de uso de documentos falsos.

O Mais Goiás tentou entrar em contato com um dos advogados da faculdade, mas até o momento não obteve resposta.

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*Larissa Feitosa compõe programa de estágio do Mais Goiás sob supervisão de Hugo Oliveira.