Polícia investiga denúncia de bebê mordida 15 vezes em CMEI de Rio Verde
Segundo a Polícia Civil, mãe se assustou ao notar a quantidade de hematomas pelo corpo da bebê; caso ocorreu na última quinta-feira (6)
A Polícia Civil (PC) instaurou um inquérito policial, na manhã desta quinta-feira (13), para investigar o caso de uma bebê de 10 meses que foi mordida 15 vezes no Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Dona Tata, localizado em Rio Verde, região Sul de Goiás. Caso ocorreu na última quinta-feira (6), durante o período em que a menina ficou aos cuidados das monitoras da unidade.
Segundo informações do responsável pela investigação, delegado Maurício Santana, a mãe notou que havia algo errado logo quando foi buscar a criança na creche. A menina apresentava um arranhão na altura do nariz. Ao chegar em casa a mãe decidiu verificar o corpinho da bebê e constatou outros 14 hematomas. Em uma inspeção mais rigorosa a mulher percebeu que a lesão antes identificada como arranhão também se tratava de uma mordida.
Os pais da menina imediatamente entraram em contato com a direção da unidade, que afirmou instaurar um processo administrativo para verificar o caso. Logo no início da manhã desta quinta-feira (13), os responsáveis pela menor procuraram a delegacia para registrar ocorrência. O caso inicialmente é investigado como maus-tratos por omissão.
“O caso precisa ser investigado. A partir do momento em que os pais confiam a segurança e cuidados de uma criança à uma creche, os profissionais assumem a responsabilidade de tomar conta e cuidar bem daquela criança. Nós já entramos em contato com a unidade para identificar as monitoras”, declara.
O delegado conta que solicitou exames de corpo de delito e aguarda o laudo para incluí-lo no inquérito. O próximo passo da investigação será colher depoimento das funcionárias e notificar a Secretaria Municipal de Educação (SME) de Rio Verde. Caso as monitoras sejam condenadas, podem cumprir pena que varia de dois meses a um ano de prisão.
MP
Em entrevista concedida ao Mais Goiás, o promotor Alberto Francisco Cachuba Jr, responsável pela Vara da Infância e Juventude de Rio Verde, informou que a promotoria também instaurou um procedimento para apurar o caso. Cachuba decidiu verificar o fato após receber uma denúncia anônima de uma moradora da cidade que ficou sabendo do caso através das redes sociais.
“Nós vamos verificar se houve omissão ou se foi apenas um problema estrutural, de pessoal mesmo, para tomar as medidas cabíveis. Até o momento, a mãe e a criança não foram identificadas por nossa promotoria”, explica.
Foi enviado um ofício para a direção da escola explicar o ocorrido e formalizar o contato para remetê-lo à SME. A promotoria determinou a um oficial de promotoria a realização de diligências para verificar número de servidores e capacitação para cuidar
das crianças.
O Mais Goiás tentou contatar a direção da unidade de ensino e a pasta da educação, mas até a publicação da matéria as ligações não foram atendidas.
*Thaynara Cunha é integrante do programa de estágio do convênio entre Ciee e Mais Goiás, sob orientação de Hugo Oliveira