Polícia investiga loja de Aparecida (GO) suspeita de vender móveis, mas não entregá-los
A Polícia Civil investiga uma loja de Aparecida de Goiânia suspeita de vender móveis, mas…
A Polícia Civil investiga uma loja de Aparecida de Goiânia suspeita de vender móveis, mas não entregá-los. Segundo o delegado Webert Leonardo Lopes da Silva Santos, da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Consumidor do Estado de Goiás (Decon), a soma total de ocorrências registradas somam dez, duas somente na Decon. A denunciada – Atelier Art Décor -, por sua vez, afirma que emitirá, nos próximos dias, uma nota para esclarecer todos os pontos de acusação e que levará os ataques à justiça (confira o posicionamento no fim).
Vale citar, pelo menos 25 pessoas disseram ao Mais Goiás que foram vítimas da empresa de fabricação de móveis de Aparecida de Goiânia. Esse é o número de integrantes do grupo do WhatsApp que denuncia a Atelier Art Décor de não entregar os produtos contratados após o pagamento.
Os clientes supostamente lesados dizem acreditar ser muito maior o número de vítimas. Eles também informam que muitos já fizeram boletins de ocorrência, sendo dois deles na Decon, em Goiânia, como confirmado pelo delegado. Segundo o site Jus Brasil, oito processos já tramitam contra a empresa.
Um dos clientes
Carlos Eduardo Batista, autônomo, topou conversar com o portal. Ele revela que encomendou uma escrivaninha em 5 de abril. O produto tinha valor de R$ 575, mas, apesar do pedido pelo depósito integral, pagou somente a metade. A ideia era quitar o restante na entrega, que nunca aconteceu.
“Dessa forma realizei um Pix de 50% do valor e me informaram o prazo de 10 a 15 dias úteis para entregar. Paguei o valor, pois parecia uma empresa muito séria e o pagamento era para o CNPJ, o que deu muito mais credibilidade para fechar negócio com eles”, destaca.
De acordo com ele, perto de vencer o prazo houve alguns feriados, então entrou em contato para saber como funcionaria a entrega. “Pedi uma posição já que teria o feriado e na lógica a empresa não iria me entregar nestas datas. Já nesse momento não estavam respondendo mais e não davam nenhuma satisfação. Nesta hora que fui pesquisar melhor sobre a empresa e vi as reclamações no Google. Tinham várias sobre a empresa não entregar as mercadorias.”
Atualmente, a empresa retirou a conta do google, mas Eduardo mostrou os prints com as notas baixas e as reclamações pelo mesmo motivo. “Tentei várias vezes contato com ela e quando respondia me jogava para outro WhatsApp. Toda vez diziam ser funcionários da empresa e vinham com nomes diferentes.”
Foi então que ele procurou outra possível vítima, que revelou a criação de um grupo de WhatsApp e também de um perfil no Instagram para alertar outros possíveis consumidores. No grupo, eles fizeram o levantamento prejuízos acima de 29,6 mil:
- R$ 1.200,00
- R$ 500,00
- R$ 3.811,00
- R$ 1150,00
- R$ 715,00
- R$ 260,00
- R$ 650,00
- R$ 1000,00
- R$ 715,00
- R$ 600,00
- R$ 4.000,00
- R$ 3.400,00
- R$ 1.000,00
- R$ 269,00
- R$ 915,00
- R$ 1.269,00
- R$ 3.295,00
- R$ 2.800,00
- R$ 1.854,00
- R$ 255,00
Um dos clientes, que teve mais de R$ 3 mil em prejuízos, conforme o levantamento do grupo, mas preferiu não se identificar, destaca que entrou no juizado especial, mas a proprietária da empresa não foi intimada, pois não encontrou o endereço. “Precisamos muito que a Polícia Civil se movimente para localizar e fazer a titular da empresa comparecer às autoridades”, destacou.
Intimidação
Carlos Eduardo afirma que chegou a ser intimidado pela proprietária da empresa após as recorrentes cobranças. Em um print de uma mensagem de WhatsApp atribuída ao Atelier Art Decó, a titular argumenta que anexará a acusação dele ao caso e que não fará mais negociações ou acordos com ele, que tentava reaver o valor pago.
Diz, ainda, que as autoridades competentes estão cientes de ataques e difamações a ela. E, também, que o advogado ou intimação policial chegará a ele. “Tudo que estiver sendo usado para denegrir [SIC] a imagem, ameaçar, coagir, difamar, entre outros, serão usados contra o promovido”, diz trecho da mensagem.
Depois disso não houve mais conversa.
Decon
Segundo o delegado Webert Leonardo Lopes da Silva Santos, da Decon, a soma total de ocorrências registradas (além das duas na Decon) somam dez. Ou seja, dez pessoas que não tiveram os contratos cumpridos, segundo o policial.
“Os produtos vieram abaixo da qualidade ou não houve recebimento dos produtos”, explica o delegado sobre as alegações. Segundo ele, o procedimento já foi registrado. “Estamos aguardando o comparecimento de outras vítimas para dar continuidade às investigações, instaurando o respectivo inquérito policial.”
Sobre as possíveis infrações, Webert afirma que a empresa será investigada por crime contra o consumidor, formação danosa acerca da qualidade, prazo de entrega, “bem como, eventualmente, por estelionato”.
Empresa
O Mais Goiás entrou em contato com a empresa na tarde de segunda-feira (20), que, incialmente, disse que “já está em tratativas com o escritório de advocacia, faremos uma nota de esclarecimentos nos próximos dias, na qual vocês também serão informados”. O portal insistiu e foi repassado o contato do advogado, Jean Rego.
Ele informou que estão tendo diversos ataques. Segundo ele, o Instagram foi criado por uma pessoa que não teve contrato com a empresa. “Ela está promovendo diversos ataques passíveis de ação penal e cível, e já estamos organizando de fazer uma nota de esclarecimento nos próximos dias.”
Segundo ele, a empresa vai esclarecer todos os pontos pontuados. “Mas esses ataques serão levados ao judiciário para apuração e também a delegacia.”