ABUSO SEXUAL

Polícia já sabe de vítimas que ainda não denunciaram médico de Anápolis preso por crimes sexuais

Nicodemos Júnior foi preso pela segunda vez na sexta (4)

Só uma denúncia contra médico de Anápolis não avançou na investigação da polícia - entenda o motivo
O ginecologista de Anápolis foi indiciado por crimes sexuais contra 53 vítimas, somente no inquérito de Anápolis (Foto: Polícia Civil)

A Polícia Civil ainda tem peças a encaixar na investigação contra o médico ginecologista Nicodemos Júnior Estanislau Morais, 41, que está preso em Aparecida de Goiânia por suspeita de violência sexual mediante fraude contra mulheres em seu consultório. O inquérito principal, que corre em Anápolis, já ouviu depoimento de 53 mulheres contra Nicodemos. Já o inquérito que corre em Abadiânia tem, até o momento, o relato de quatro mulheres. Mas já estão no radar vítimas do médico que ainda não depuseram.

“Temos mais vítimas que têm receio de dar o depoimento, mas já sabemos da existência delas”, afirma o delegado. “Eu acredito que com a manutenção da prisão, [podem depor nos próximos dias]”, afirma o delegado do caso em Abadiânia, Rosivaldo Linhares, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo.

“Os relatos são sempre os mesmos, uma consulta marcada, agendada direitinho e que, em um determinado momento, ele começa a se exceder no protocolo médico e vai além do que preconiza os manuais de medicina, vamos dizer assim”, diz o delegado.

Médico ginecologista acusado de crimes sexuais passou por audiência de custódia

A audiência de custódia do médico aconteceu na sexta-feira e o juiz Marcos Lopes Filho determinou que Nicodemos continuasse preso. Ordenou também que Ministério Público e defesa apresentassem documentos até esta segunda-feira (10), quando voltará a analisar o caso.

O inquérito em Abadiânia ganhou força depois que a investigação em Anápolis veio a público. Duas mulheres haviam procurado a delegacia antes da divulgação dos demais casos e outras duas na última semana. Linhares afirma que as vítimas têm entre 20 e 40 anos.

Em entrevista à TV Anhanguera, afiliada à Rede Globo, no início da semana, o médico disse que “brinca com algumas coisas”, reconheceu que nisso pode ter “pecado” e estaria errado e confirmou a troca de mensagens por aplicativos com pacientes.

Nicodemos foi preso pela primeira vez no dia 29 de setembro, depois que se apresentaram as três primeiras vítimas. Após a prisão, outras 50 mulheres procuraram a Polícia Civil. No dia 4 de outubro, a Justiça concedeu liberdade provisória ao médico, mas o proibiu de exercer a profissão nos locais em que a exercia e determinou o monitoramento por meio de tornozeleira eletrônica. Na sexta, a Justiça em Abadiânia decretou nova prisão do ginecologista.