Polícia Militar controla início de rebelião no presídio semiaberto de Aparecida de Goiânia
Três dias após rebelião que terminou com o saldo de nove mortos, 14 feridos e…
Três dias após rebelião que terminou com o saldo de nove mortos, 14 feridos e 242 foragidos, detentos do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, na região metropolitana da Capital, provocaram mais um tumulto na cadeia no início da noite desta quinta-feira (4). Ao contrário do que aconteceu na última a segunda-feira (1), porém, a Polícia Militar chegou rapidamente à unidade, e conseguiu render os amotinados antes que eles atacassem outros presos.
Segundo relatos de Agentes Prisionais, posteriormente confirmados pelo Governo de Goiás, pouco depois das sete da noite presos da Ala C invadiram outros pavilhões para atacar detentos rivais. Tiros foram disparados, e até uma bomba de fabricação caseira foi detonada dentro da penitenciária.
Como o Serviço de Inteligência, segundo nota encaminhada à imprensa, já monitorava alguns detentos, em poucos minutos a penitenciária foi cercada por militares do Batalhão de Choque, Rotam, Grupo de Radiopatrulha Aérea (Graer), e Batalhão de Operações Especiais (Bope), além de agentes do Grupo de Operações Penitenciárias Especiais (Gope). Os agentes de segurança chegaram a trocar tiros com os detentos, mas não há relato de feridos ou mortos.
Na confusão, somente um preso, teria conseguido fugir. Os líderes do motim desta noite já teriam sido identificados, e serão transferidos ainda hoje para outras unidades prisionais do Estado. Neste momento, policiais militares e agentes do Gope fazem uma revista na penitenciária à procura de armas e munições.
Durante todo o dia, áudios que circularam em grupos de Whatsapp relatavam que presos estariam se armando para atacar detentos rivais dentro e fora do Presídio Semiaberto, gravações estas que, segundo o Assessor de Comunicação da Polícia Militar, tenente coronel Marcelo Granja, também chegaram ao conhecimento do comando da PM.
No momento do motim desta noite, alguns áudios afirmaram que criminosos que estariam do lado de fora do presídio também atiraram contra presos e agentes que estavam lá dentro. “Chegou essa informação pra gente também, mas não conseguimos confirmá-la, a princípio, o que aconteceu foi apenas um tumulto lá dentro mesmo, confusão esta que, aliás, foi contornada com extrema rapidez”, afirmou o tenente coronel.
A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministra Cármen Lúcia, fará uma inspeção no local na próxima segunda-feira (8). O motim do dia 1° levou a ministra a determinar, na terça-feira (2), que o Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) enviasse ao conselho, em 48 horas, relatório com informações sobre as condições do presídio.
Representantes do Tribunal de Justiça de Goiás, do Ministério Público e da Defensoria Pública estaduais e da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil em Goiás (OAB-GO) inspecionaram o Complexo na quarta-feira (3). Integrantes da comitiva foram informados por presos e funcionários que uma rixa entre membros de grupos rivais foi a causa do confronto.