OPERAÇÃO SALUS

Polícia prende enfermeira suspeita de deformar pacientes, em Aparecida

Prisão preventiva ocorreu, pois investigada teria mantido atendimento, apesar de proibida judicialmente, conforme a corporação

Defesa diz que prisão de enfermeira suspeita de deformar pacientes foi convertida em domiciliar (Foto: ilustrativa da Polícia Civil)

A Polícia Civil prendeu preventivamente a enfermeira Marcilane da Silva Espíndola, nesta quinta-feira (11), durante a Operação Salus. A informação foi confirmada pela delegada Luiza Veneranda, do 5º DP de Aparecida de Goiânia, responsável pela investigação.

Em maio, a enfermeira foi indiciada por deformar nove pacientes em procedimentos estéticos em Aparecida e estava proibida judicialmente de exercer, desde agosto do ano passado, qualquer atividade laboral na área de procedimentos estéticos. Contudo, a corporação informou que ela continuou atuando.

Segundo a polícia, a investigada continuou a fazer harmonização facial em pacientes nos seios, pernas e glúteos, cobrando R$ 12 mil, o que teria causado lesões à vítima. Além disso, a investigada ainda usava perfis comerciais no Instagram para divulgação do trabalho. A corporação também cumpriu novos mandados de busca e apreensão.

Mais detalhes serão informados em coletiva de imprensa, nesta sexta-feira (12). O Mais Goiás procurou a defesa da enfermeira, mas não teve retorno até o fechamento. O espaço segue aberto.

Caso

A investigação começou em julho de 2023, a partir de denúncias de pacientes que relataram complicações após os procedimentos. Em agosto, houve o cumprimento de buscas e o fechamento do estabelecimento em Goiânia – que não possuía alvará de funcionamento –, aplicação de multas e outras medidas administrativas por parte da Vigilância Sanitária. Ela também locava uma sala em Aparecida.

Segundo a Polícia Civil, em Aparecida, foram instaurados nove inquéritos. No fim, a corporação entendeu pelo indiciamento da investigada.

O 5º DP de Aparecida indiciou a enfermeira por seis crimes. São eles:

  • Lesão corporal leve;
  • Lesão corporal grave (incapacidade para as atividades habituais);
  • Lesão corporal gravíssima (deformidade permanente);
  • Injúria;
  • Estelionato;
  • Exercício ilegal da medicina.

À época, em nota, o advogado Caio Fernandes disse que “o indiciamento é a finalização do procedimento investigatório, sendo o inquérito policial remetido ao judiciário para análise do Ministério Público acerca da viabilidade de oferecimento de denúncia ou a necessidade de requerimento de novas diligências. Diante o esclarecimento, a defesa informa que até a presente data não foi intimada acerca de qualquer denúncia em desfavor da Sra. Marcilane, que sempre esteve a disposição para prestar os esclarecimentos necessários”.

Denúncia após indiciamento

Dias depois do indiciamento, a delegada Luiza Veneranda, do 5º DP de Aparecida de Goiânia, informou que uma pessoa chegou na delegacia para uma nova denúncia. Segundo a policial, a suposta vítima alegou ter sido atendida em janeiro, em Goiânia, e tido reações no corpo.

Luiza afirma que a mulher relatou ter feito procedimentos na bunda, pernas e seios, e que estes últimos estão “incomodando muito”. “Aparentemente, lesões semelhantes às das outras. A região fica empedrada e com nódulos.”