MESTRES DA MEMÓRIA

Polícia prende especialistas em memorizar senhas de clientes em bancos de Firminópolis (GO)

Polícia acredita que Charleston Rosa e João Lucas já causaram prejuízo de R$ 100 mil às vítimas

A Polícia Civil prendeu Charleston Rosa Nunes (esquerda) e João Lucas Batista (direita), suspeitos de estelionato em diversas cidades de Goiás e também no Distrito Federal. (Foto: Divulgação - Polícia Civil)

A Polícia Civil prendeu Charleston Rosa Nunes e João Lucas Batista, suspeitos de estelionato em  cidades de Goiás e também no Distrito Federal. As investigações indicam que os homens olhavam enquanto as vítimas digitavam a senha do banco e, assim, as memorizavam. Logo depois, abordavam as vítimas e conseguiam convencê-las a lhes entregar o cartão de saque. Dessa forma, sacavam os valores. A prisão de Charleston e João Lucas aconteceu na cidade de Firminópolis, Oeste de Goiás.

De acordo com o delegado do caso, Tiago Junqueira, os homens fazem parte de uma mesma organização criminosa, que é especializada em golpes estelionatários. Inclusive, os dois estão entre os maiores estelionatários do estado de Goiás dos últimos tempos, pois praticavam os crimes há mais de oito anos.

O delegado afirma que a dupla agia, em geral, após o horário do expediente das agências bancárias e também nos finais de semana. “Tem menos movimento”, justifica Tiago Junqueira.

“Eles memorizavam a senha da vítima e depois abordavam elas. Numa conversa, conseguiam ludibriar essas pessoas a entregarem o cartão trocavam por um semelhante bem depressa. A vítima, como já havia utilizado o caixa eletrônico, ia embora. Eles se aproveitavam da senha que tinham memorizado e sacavam o dinheiro”, explicou o delegado.

A polícia acredita que dezenas de pessoas já sofreram com os golpes da dupla, com prejuízos que ultrapassam os R$ 100 mil. O caso investigado, que culminou na prisão dos suspeitos, se refere à uma vítima de Firminópolis, que teve R$ 8 mil furtados.

Cabelo grisalho ajudou na identificação de suspeito

O investigador afirma que, principalmente com a pandemia, a polícia teve ainda mais dificuldade de encontrar Charleston e João Lucas. O que ajudou na identificação foi o cabelo grisalho de Charleston. “Sempre chamava a atenção pela cor e pelo corte”, explica.

“Eles são experientes, sempre se livram dos cartões e se safam das abordagens. Fora que com a pandemia, uso de máscaras e óculos, a identificação dos rostos fica mais difícil”, acrescentou o delegado.

Prisão

A polícia afirma que os homens já haviam sido presos antes, mas sempre acabavam soltos e respondiam aos delitos em liberdade. Charleston, inclusive, mora em Anápolis e há suspeitas de que ele tenha cometido o mesmo golpe em Nerópolis.

Dessa vez, eles foram novamente detidos e se mantiveram em silêncio durante o interrogatório. “Não disseram nada. Mas temos filmagens que ajudam a comprovar a nossa investigação”, diz o delegado.

A divulgação da imagem dos presos foi procedida nos termos da Lei 13.869/2019 e da Portaria 547/2021-PC confirme Despacho do Delegado de Polícia responsável pelo Inquérito Policial, de modo que a publicação de suas imagens possam auxiliar no surgimento de novas vítimas que façam seu reconhecimento.