INVESTIGAÇÃO

Polícia vai apurar fala de pastor de Goiânia que disse que crianças podem ter culpa em casos de abuso

Defesa diz que não tem conhecimento e nem foi intimada da instauração de nenhum inquérito policial que apura uma fala "descontextualizada"

A Polícia Civil confirmou ao Mais Goiás que recebeu um ofício, nesta quarta-feira (8), para apurar a fala do pastor Jonas Pimentel, que ganhou notoriedade nos últimos dias por dizer que crianças abusadas sexualmente podem ser culpadas em alguns casos. Advogado do religioso e da instituição, Leandro Silva afirma não ter conhecimento dessa situação.

“A defesa da Igreja Tabernáculo da Fé e pastor Jonas Pimentel não tem conhecimento e nem foi intimada da instauração de nenhum inquérito policial que apura uma fala, extraída de poucos segundos de um vídeo, dentro de uma pregação de mais de uma hora, descontextualizando completamente o sentido da mensagem”, afirma.

Ele ainda diz que a igreja “lutará para que os fiéis da igreja tenham respeitado o seu direito de crença e convicção religiosa e para que continuem falando e, principalmente, fazendo o bem, tendo fé para vencer o mundo. Muitas são as pessoas que falam, poucas são aquelas que empenham energia e tempo para fazer, limitam-se a julgar e criticar, sem conhecer”.

Na gravação que circulou no fim de abril e começo do mês, o pastor diz que, “quando acontece o abuso de uma criança, a criança é também culpada porque ela deu lugar. Mas, olha só, isso é uma exceção, mas está dentro destes acontecimentos. Crianças também têm culpa, têm participação, mas não todos os casos. Eu quero deixar isso bem claro: a responsabilidade começa com a mãe e com o pai”.

No dia 1º de maio, o advogado afirmou que o compromisso do religioso é lutar pelos princípios e valores tradicionais. Disse, ainda, que “continuará orientando e combatendo quaisquer formas de descuidos, especificamente, a sexualização precoce que o mundo moderno impõe”.

Nota da defesa

“A defesa da Igreja Tabernáculo da Fé e pastor Jonas Pimentel não tem conhecimento e nem foi intimada da instauração de nenhum inquérito policial que apura uma fala, extraída de poucos segundos de um vídeo, dentro de uma pregação de mais de uma hora, descontextualizando completamente o sentido da mensagem.

Na oportunidade, informa à sociedade que naquele local vivencia-se o que Jesus FALOU e FEZ. Fala-se da genuína palavra das escrituras públicas e orienta-se os fiéis a vivenciá-las no seu cotidiano. Sim, os costumes pregados são rígidos, os homens são orientados a respeitar, honrar e cuidar de suas esposas e filhos e as mulheres usam vestes longas. Desde a criação da igreja no ano de 1968, combate-se veementemente a sexualização precoce das crianças e adolescentes e qualquer forma de abuso contra elas, dentre outros valores familiares. Naquele local, FAZ-SE o bem: leva-se alimento aos que tem fome, abrigo aos desamparados, remédios aos doentes, além de acolhimento e orientação espiritual. Principalmente, respeita-se a liberdade das pessoas, elas são livres para aderir ou não a tais valores de falar e fazer os ensinamentos bíblicos.

A defesa lutará para que os fiéis da igreja tenham respeitado o seu direito de crença e convicção religiosa e para que continuem falando e, principalmente, fazendo o bem, tendo FÉ PARA VENCER O MUNDO. Muitas são as pessoas que falam, poucas são aquelas que empenham energia e tempo para fazer, limitam-se a julgar e criticar, sem conhecer.

Segundo as escrituras públicas, aqueles que FALAM e FAZEM o bem são perseguidos. Citando a bíblia (Mateus 9 36-38), vendo a multidão de desamparados, Jesus disse: ‘a seara é grande e os trabalhadores são poucos’.”

Leandro Silva, Advogado