INTELIGÊNCIA

Polícia verificou 30 endereços antes prender homem que matou ex-sogro, em Goiânia

O jovem Felipe Gabriel Jardim Gonçalves, investigado pela morte do ex-sogro, João do Rosário Leão,…

O jovem Felipe Gabriel Jardim Gonçalves, investigado pela morte do ex-sogro, João do Rosário Leão, está preso desde a noite desta quarta-feira (29), em Goiânia. Porém, antes da Polícia Civil o encontrar, em uma casa no Conjunto Riviera, teve que checar pelo menos 30 endereços e ainda realizar buscas em 7 cidades. O crime aconteceu na manhã de segunda-feira (27), dentro da farmácia da vítima, na Avenida T-4, no Setor Bueno.

Câmeras de segurança da farmácia registraram o momento em que o suspeito entra no estabelecimento e realiza os disparos contra o idoso. João do Rosário foi atingido na cabeça e no peito, chegou a ser internado no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), mas não resistiu e morreu por volta das 13h03.

Em entrevista coletiva à imprensa após a prisão do suspeito, o delegado Rhaniel Almeida disse que Felipe foi capturado depois de 60 horas de buscas. A corporação recebeu uma informação de que ele estaria no setor informado e depois de uma busca por 30 endereços, ele foi localizado.

Familiares escondiam homem que matou ex-sogro

No local também policiais também encontraram a arma usada no crime, uma pistola 9mm, e o veículo utilizado por Felipe na fuga após o homicídio. O ex-funcionário público estava na companhia de pelo menos seis familiares, que ajudavam a escondê-lo.

“Quando a gente chegou e percebeu que ele estava lá, ele ficou tentando se esconder na cozinha. A gente conseguiu localizar ele lá, verbalizamos de maneira muito contundente e ele não esboçou reação”, afirmou o delegado.

Ainda de acordo com Rhaniel, o suspeito se mostrou “indignado” com a prisão, mas não falou nada sobre o crime até o momento. O delegado ressaltou que ele ainda será interrogado, mas que acredita que é possível que ele não tenha saído de Goiânia desde o crime.

Motivação

No último sábado (25), Felipe foi junto com a família da namorada, Kênnia Yanka, para duas festas juninas. Depois das celebrações, eles voltaram para a casa de João do Rosário, que era seu sogro. Felipe queria ir embora para a casa dele, mas a namorada e o sogro pediram para que ele dormisse lá porque estava bêbado.

Eles discutiram. Felipe apontou a arma para o sogro e para Kênnia e ainda atirou para cima. Depois da confusão, o rapaz pegou o carro e foi embora. Segundo Kênnia, o pai dela nunca bateu no ex-namorado.

“Ele começou a gritar comigo e meu pai falou: ‘você não gritar com ela não’. Ele já pegou a arma e atirou para cima. Na mesma hora já apontou para o meu pai. Eu entrei na frente e ele ficou com a arma na minha cara”, relatou Kênnia. Vale citar, que esse foi o dia em que o pai de Kênnia viu pela primeira vez o Felipe sendo agressivo e apontando a arma para a filha.

Após essa situação, João do Rosário procurou o 1º Distrito Policial (1º DP) de Aparecida e registrou uma queixa pelos tiros disparados pelo suspeito na noite de sábado (25). Ele tinha a inteção de se preparar para possíveis represálias até que a denúncia chegasse, de forma oficial, até Felipe.

No entanto, Felipe tinha acesso contínuo a registros de ocorrências. De acordo com o delegado, um soldado da PM, que é amigo do rapaz, compartilhava com ele as informações e contou que havia sido registrada uma denúncia contra ele, pelo sogro. Rhaniel afirma que Felipe se irritou com a situação por ter o sonho de se tornar policial militar. “Ele tinha o sonho de ser policial e acreditava que este registro poderia prejudicá-lo”, afirmou.

Vale citar também que Felipe Gabriel fez parte do programa militar voluntário (Simve), da PM, e foi vigilante penitenciário temporário.