Protesto

Policiais civis e federais fazem manifestação em Goiânia contra a PEC da Previdência

Cerca de 300 policiais federais e civis fizeram uma manifestação na manhã desta quarta-feira (21)…

Cerca de 300 policiais federais e civis fizeram uma manifestação na manhã desta quarta-feira (21) em frente à sede da Polícia Federal, no Setor Bela Vista, em Goiânia. O ato, que ainda contou com a presença de guardas municipais, agentes penitenciários e de trânsito, é contra a proposta de reforma da previdência (PEC 287/16) que exclui a categoria da aposentadoria especial.

A medida coloca os policiais no regime de aposentadoria comum, de 65 anos. Hoje, esses profissionais se aposentam por volta dos 55 anos, após 30 anos de serviço.

Segundo a presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia Civil (Sindepol), Silvana Nunes, a medida fere a Constituição Federal, que garante o direito aos policiais de aposentar com requisitos e tempo diferenciado, pelo exercício de atividade de risco. O exército e a Polícia Militar, contudo, se articularam junto ao governo federal e conseguiram manter a categoria no regime especial pelo risco de atividade. “Os argumentos das Forças Armadas é que o Exército a Marinha e a Aeronáutica sempre estão preparados para a guerra, e a Polícia Militar foi junto porque eles têm um tratamento na mesma legislação. O nosso argumento é que, se os militares se preparam para a guerra, a polícia vive uma guerra urbana diária”, ressalta a sindicalista.

Silvana ainda destaca que 500 policiais foram mortos em 2015, número que demonstra o risco e o stress cotidiano desses profissionais. “No Brasil nós temos um dos índices mais altos de criminalidade no mundo. A média idade do criminoso aqui não ultrapassa 25 anos. Como que nós vamos dar para sociedade uma resposta de combate a criminalidade com confronto entre criminosos de 25 anos e policiais de 65?”, questiona a delegada. “Nós queremos mostrar para a população como é essa PEC é nefasta para as polícias do Brasil, porque ela traz a longo prazo uma polícia envelhecida, o que é incompatível com o que exige a atividade”, acrescenta.

Apagão

Durante o ato realizado hoje, os policiais goianos aprovaram uma mobilização que vai paralisar as polícias civis e federais em todo o Estado no dia 8 de fevereiro de 2017, data em que o Congresso Nacional retorna as atividades parlamentares. Segundo a presidente do Sindepol, o “apagão da segurança” é um protesto nacional que vai ocorrer em todos os Estados. “A Polícia Rodoviária Federal vão parar portos, aeroportos e rodovias. As atividades da Polícia Civil, os agentes penitenciários, perícia e IML também vão parar”, afirma.