Policiais militares são denunciados por morte de confeiteira em Inhumas
Caso ocorreu na noite de 8 de outubro de 2020, em Inhumas. Fabiana foi morta na frente do filho de 6 anos
O Ministério Público de Goiás (MP-GO) denunciou dois policiais militares de Goiás pela morte da confeiteira Fabiana Matos Rodrigues, de 23 anos, ocorrida em outubro deste ano, em Inhumas. Na denúncia, o MP-GO alega que o subtenente Alcir da Silva Lima e o soldado Ricardo de Jesus Souza, indiciados pela Polícia Civil, mataram Fabiana com “recurso que dificultou a defesa da vítima” na frente de seu filho de 6 anos, além de tentarem matar, também sua prima, de 16 anos, que saiu ferida.
O caso ocorreu na noite de 8 de outubro de 2020, em Inhumas, região metropolitana de Goiânia. Segundo a denúncia de homicídio e tentativa de homicídio, que entrou no sistema da Justiça no dia 15 de dezembro pelo promotor Mário Henrique Cardoso Caixeta, os militares utilizaram recurso que dificultou defesa da vítima “pois elas foram abordadas de surpresa, por viatura policial que já as aguardava no local do evento”.
Segundo a assessoria do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), o recesso forense segue até o dia 6 de janeiro, mas mais de 100 juízes plantonistas foram convocadas para atuar nesse período. No entanto, até esta segunda-feira, dia 4 de janeiro, a denúncia ainda não havia sido analisada por nenhum juiz.
Em nota, a Polícia Militar declarou que “toda decisão, relacionada ao caso, proferida pelo Poder Judiciário, será devidamente cumprida”, e que os policiais permanecem à disposição da Justiça.
Fabiana foi morta na frente do filho
Conforme relatada pelo Ministério Público, Fabiana foi morta no dia 8 de outubro, por volta das 22h, na rua 28 do setor José Antônio Ferreira, em Inhumas. A mulher teria ido com a prima e o filho de 6 anos em um veículo modelo Parati buscar uma encomenda nas proximidades de um colégio. A encomenda se tratava de 5 tabletes de maconha.
Em seguida, Fabiana e os outros dois ocupantes do carro seguiram para outro local onde encontrariam o comprador da droga. No entanto, ainda segundo o MP-GO, foram surpreendidos pela viatura ocupada por Alcir e Ricardo, que já as aguardavam no local.
Segundo a denúncia, os militares emparelharam com o carro de Fabiana e, sem aviso, começaram a atirar. O órgão relata que a mulher ainda teria gritado que havia uma criança no carro, mas os disparos não cessaram.
Fabiana foi atingida no tórax e no crânio e não resistiu aos ferimentos, vindo a óbito no local. Sua prima sofreu fratura exposta no braço esquerdo. A criança não ficou ferida.