Policiais militares são presos suspeitos de matar jovem e fraudar situação de confronto em Aragarças
Investigação apura a prática de homicídio qualificado contra Jefferson Alves Martins e a suspeita de fraude processual por parte dos militares investigados
O Ministério Público de Goiás (MP-GO), por meio do Grupo Especial de Controle Externo da Atividade Policial (GCEAP) e da Promotoria de Justiça de Aragarças, em conjunto com a Corregedoria da Polícia Militar, cumpriu, na manhã desta terça-feira (26/2), dois mandados de prisão temporária contra dois policiais militares lotados na 4ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM), de Aragarças.
A investigação do MP-GO apura a prática de homicídio qualificado contra Jefferson Alves Martins e a suspeita de fraude processual por parte dos militares investigados. O crime ocorreu no dia 9 deste mês.
Na ocasião do suposto confronto, a PM afirmou que os policiais foram acionados para atender uma ocorrência na zona rural de Bom Jardim de Goiás, município a 40 quilômetros de Aragarças. Ao chegarem no local, os PMs viram um indivíduo sobre a moto e deram ordem de parada, mas, ainda de acordo com a PM, Jefferson já teria descido do veículo atirando e os militares reagiram. Ele foi alvejado, socorrido, mas morreu no hospital.
Na madrugada do dia 10, um incêndio destruiu nove veículos no pátio da Secretaria de Obras de Aragarças. Cinco pessoas foram presas na tarde do mesmo dia suspeitas de envolvimento no incêndio. Eles afirmaram que cometeram o crime em retaliação a morte de Jefferson, que tinha passagens por tráfico de drogas.
Dias depois, a Polícia Civil abriu inquérito para investigar o suposto confronto ao receber áudios que Jefferson mandou para familiares no dia do confronto e que contradizem a versão da Polícia Militar.
Investigação
Os mandados de prisão foram expedidos pelo juízo da comarca de Aragarças no âmbito de procedimento investigatório criminal do MP-GO que apura as circunstâncias da morte de Jefferson, que teria comunicado a mãe e a companheira, por meio do aplicativo WhatsApp, sobre sua prisão pelos policiais militares. Momentos depois, foi morto, alvejado por quatro disparos de arma de fogo. Os policiais presos são investigados pela prática de homicídio qualificado e por terem forjado situação de confronto policial com a vítima.
O Mais Goiás entrou em contato com a Polícia Militar de Goiás, mas até o fechamento desta matéria não recebemos retorno.