Policial Civil de Goiás mata empresário a tiros em bar de Taguatinga, no Distrito Federal
No último sábado (12), o policial civil de Goiás Paulo Roberto Gomes Bandeira (51) matou…
No último sábado (12), o policial civil de Goiás Paulo Roberto Gomes Bandeira (51) matou um empresário a tiros em um bar de Taguatinga Centro, no Distrito Federal (DF). Gustavo Gero Soares (25) recebeu três disparos de pistola calibre 40 e morreu no local. Na ocasião, um amigo dele, o bancário Carlos Augusto Moreira Galvão (26), conseguiu desarmar o policial com um soco, mas também foi alvejado de raspão. O policial foi preso em flagrante por homicídio e tentativa de homicídio em um hospital da região. De acordo com a corporação goiana, o homem estava afastado desde janeiro por problemas psicológicos.
Na delegacia, Carlos afirmou que o policial advertiu ele e o amigo por urinar em via pública. Ambos teriam admitido o erro e pedido desculpas, mas, não satisfeito, Paulo Roberto ainda teria proferido injúrias raciais contra o bancário, o chamando de “neguinho”, entre outras coisas, o que provocou uma reação violenta de Gustavo.
Nervoso, o empresário partiu para cima do policial e o agrediu com um soco. Depois de se levantar, o homem foi até o carro para pegar a pistola, a qual colocou na cintura. Segundo Carlos, Gustavo ainda questionou a atitude do agente. “Você tá ficando louco? Você vai atirar? (sic)”. Na sequência, o rapaz foi alvejado três vezes e morreu no local. Percebendo a situação, Carlos entrou em luta corporal com o agente, quando recebeu uma coronhada e foi atingido de raspão por outro disparo, mas conseguiu desmaiar o policial com um soco.
A Polícia Militar foi acionada, mas quando chegou ao local, Gustavo estava morto, Carlos estava no Hospital Regional de Ceilândia e Paulo Roberto estava no Hospital Regional de Taguatinga, onde foi preso em flagrante por homicídio e tentativa de homicídio. Preso, Paulo revelou que havia bebido cinco latas de cerveja e confirmou o ocorrido, incluindo a ofensa racial, mas alegou ter atirado em legítima defesa após ter recebido um soco. O caso foi registrado na 12° Delegacia de Polícia de Taguatinga Centro, mas desde terça-feira o agente se encontra no Centro de Detenção Provisória, no DF.
Ansiedade
De acordo com informações da Polícia Civil, Paulo compõe o quadro da corporação há 27 anos e estava “à disposição”, afastado para tratamento para ansiedade no Centro de Proteção à Saúde do Servidor Policial Civil, na Secretaria de Segurança Pública (SSP). Sem trabalhar pelo menos desde janeiro, a última lotação do agente foi em Águas Lindas de Goiás, no Entorno do DF.
A corporação revela ainda que o policial já respondeu processo interno por envolvimento em uma fuga de presos em uma unidade onde trabalhava. O local e a data não foram revelados. “Ele vai responder criminalmente perante a PC do DF. Aqui vamos averiguar apenas a transgressão disciplinar”, observa a assessoria da corporação goiana.
Conforme explica a coordenadora do Núcleo Integrado de Atenção Biopsicossocial da Polícia Civil, Aliciana Oliveira de Freitas, perícia médica para avaliar as condições do paciente foram solicitadas no dia 10 de abril. “Não temos perícia médica ou psicológica, então fizemos encaminhamento do paciente à Junta Médica do Estado para que, com base em laudo, decidamos sobre a suspensão ou não do porte de armas do policial. No entanto, nós ainda não recebemos nenhum andamento do pedido”.
O Mais Goiás tentou contato com o delegado da 12° DP de Taguatinga Centro, mas foi informado de que ele não estava e que agentes não tem permissão para passar dados do caso por telefone. A redação também tentou contato com a Junta Médica do Estado, mas as ligações não foram atendidas.
Com informações do Correio Braziliense