PM CONFIRMOU

Policial condenado por morte do adolescente Robertinho, em Goiânia, foge de presídio militar

Paulo Antônio de Souza Júnior trabalhava por remissão de pena e deveria retornar após o expediente

Policial condenado por morte do adolescente Robertinho, em Goiânia, foge de presídio militar (Foto: Arquivo Pessoal)

O policial militar Paulo Antônio de Souza Júnior, um dos condenados pela morte do adolescente Roberto Campos da Silva, conhecido como Robertinho, fugiu da unidade militar do Comando de Missões Especiais (CME) em que estava preso, na capital, na última sexta (20). Ele trabalhava por remissão da pena.

A fuga foi confirmada ao Mais Goiás pela Polícia Militar (PM). Em nota, a corporação informou que ele “não retornou após o expediente administrativo ao final do trabalho que desempenhava, a título de remissão” e emendou: “Assim que sua ausência foi identificada, todas as medidas necessárias foram tomadas para localizá-lo, incluindo a abertura de procedimentos administrativos e criminais pelo Comando de Correições e Disciplina da PMGO”.

Até o momento, o condenado ainda não havia sido localizado. A PM investiga as circunstâncias em que a fuga aconteceu.

Vale lembrar, Paulo e outros dois PMs foram condenados por matarem o adolescente e atirarem contra o pai dele, em Goiânia, em 2017. Conforme a decisão, de junho, o policial foi condenado a 21 anos e 4 meses de prisão.

Relembre o caso Robertinho

Em 2017, o Ministério Público de Goiás (MPGO) denunciou os soldados da Polícia Militar Cláudio Henrique da Silva, Paulo Antônio de Souza Júnior e Rogério Rangel Araújo Silva pelos crimes de tentativa de homicídio, homicídio triplamente qualificado, abuso de autoridade e fraude processual, no caso que culminou com a morte do adolescente Roberto Campos da Silva (Robertinho), no dia 17 de abril daquele ano, no Residencial Vale do Araguaia, em Goiânia.

Robertinho foi morto depois que policiais militares não caracterizados cortaram a energia da casa onde o jovem morava com a família e invadiram o local. Eles estariam averiguando uma denúncia de tráfico de drogas na região e teriam sido confundidos com ladrões pelo pai de Robertinho.

Por isso, ele teria realizado disparos, provocando a reação dos policiais, que invadiram a residência e dispararam contra as duas pernas e o abdômen de Robertinho, que morreu na hora. O pai dele também foi baleado e precisou ser internado no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo).

Alteração na cena do crime

Segundo o MP, os PMs, depois de perceberem a situação, teriam resolvido alterar os fatos para não serem responsabilizados pelo crime. Conforme a denúncia, os policiais passaram a mascarar o local do crime para simular uma troca de tiros com a vítima Roberto Lourenço, pai de Robertinho, para alegar legítima defesa.

Um dos agentes, inclusive, teria utilizado a arma da vítima que estava no chão para disparar contra o portão, de dentro para fora. Além disso, os três denunciados começaram a recolher os estojos das munições referentes aos disparos efetuados dentro do imóvel.

Nota da PM sobre a fuga na íntegra:

“O policial em questão estava cumprindo pena em um presídio militar, mas não retornou após o expediente administrativo ao final do trabalho que desempenhava, a título de remissão, em outra unidade militar Comando de Missões Especiais (CME).

Assim que sua ausência foi identificada, todas as medidas necessárias foram tomadas para localizá-lo, incluindo a abertura de procedimentos administrativos e criminais pelo Comando de Correições e Disciplina da PMGO. Estes procedimentos têm como objetivo averiguar as circunstâncias em que ocorreu a fuga.

A Polícia Militar de Goiás reitera seu compromisso em não tolerar qualquer desvio de conduta e colabora plenamente com a justiça.”