Policial militar que matou esposa e enteada fez cerca de 20 disparos, diz delegado
Menina de cinco anos presenciou a mãe e a irmã serem assassinadas
O soldado da Polícia Militar, Rafael Martins Mendonça, de 32 anos, investigado por matar a esposa e a enteada de 3 anos em Rio Verde, fez cerca de vinte disparos dentro da casa e precisou, inclusive, recarregar a arma usada no crime. Rafael matou Elaine Barbosa de Sousa, de 28 anos, e Ágatha Maria de Sousa, de 3 anos. O PM também baleou sua outra enteada, Sara Shanshaine, de 5 anos, que sobreviveu e segue internada.
O crime aconteceu na noite da última quarta-feira (14). Segundo o delegado Adelson Canedo, o PM afirmou que Elaine passou “o dia o provocando”. “Ele disse que acabou perdendo a paciência, pegou a arma e fez isso”, disse Canedo.
De acordo com o delegado, após matar Ágatha com cinco tiros, Rafael se virou para a esposa, que se ajoelhou. A PC trabalha com a hipótese de Elaine ter se ajoelhado para implorar que o marido parasse de atirar.
Ainda segundo o delegado, Elaine teria pedido que a filha Sara corresse. Ao se virar para fugir, a menina de cinco anos foi baleada três vezes pelas costas: um tiro acertou as nádegas, outro atingiu o quadril e, outro, o braço. Após atirar na segunda enteada, o PM teria disparado oito vezes contra a esposa, que morreu junto com a filha mais nova no local.
O laudo pericial vai confirmar quantas disparos Rafael efetuou. No entanto, as investigações apontam que o policial tenha atirado pelo menos 20 vezes. Isso porque, segundo o delegado, além dos tiros que atingiram Elaine (oito tiros), Ágatha (cinco tiros) e Sara (três tiros), foram encontrados sinais de disparos no chão da cozinha e no sofá.
Uma vez que cada carregador tem 17 tiros, a polícia acredita que o soldado descarregou um carregador e colocou outro na arma.
“Estava extremamente tranquilo”
O soldado “estava extremamente tranquilo e racional” durante o procedimento de sua prisão. É o que afirmou ao Mais Goiás o delegado Adelson Canedo, responsável pela apuração do crime, ocorrido na noite de quarta-feira (14).
“Eu acompanhei todo o procedimento dele e afirmou que estava extremamente tranquilo, calmo, racional. Não estava em momento nenhum exaltado, trêmulo, nervoso, triste ou chorando. Respondia com tranquilidade o que lhe era perguntado”, disse Canedo.
Em depoimento na delegacia, o suspeito optou por continuar em silêncio. Segundo o delegado Adelson, não há nenhum registro criminal que aponte que Rafael agredia Elaine, mas vizinhos relataram que era comum ouvir discussões entre eles.
Além disso, o delegado afirma que também não há evidências confirmadas de que o soldado tinha qualquer animosidade com as enteadas. Inclusive, todos acreditavam que ele mantinha uma boa relação com as crianças.
Relembre
Após cometer os crimes, Rafael telefonou para um cabo que trabalha no mesmo batalhão que ele e confessou ter “feito uma besteira”. O colega, que estava no horário de folga, continuou falando com o atirador pelo celular, e seguiu até a casa dele acompanhado da esposa, que é enfermeira.
Quando o cabo chegou à residência, Rafael sacou a pistola que trazia na cintura e apontou para a própria cabeça, mas foi contido pelo colega de farda, que entrou em luta corporal com ele e conseguiu acionar uma viatura.
A enfermeira entrou na casa e viu que Elaine e Ágatha já estavam mortas. Ela encontrou a segunda criança baleada, mas consciente, e a levou para fora da casa para esperar o atendimento médico. A menina foi levada para o Hospital Pediátrico de Rio Verde.
O portal não teve acesso à defesa do militar, mas deixa o espaço aberto para manifestação.
*Com informações do O Popular