Policial penal do DF é preso suspeito de matar comerciante durante roubo em Goiás
Ronaldo Alves dos Santos desapareceu em 2017, quando saiu de Goiânia para vender um veículo em Minas Gerais
Um policial penal do Distrito Federal foi preso preventivamente pela Polícia Civil de Goiás suspeito de matar um comerciante que desapareceu em 2017, depois de sair de Goiânia para vender um carro em Minas Gerais. Outro suspeito de participação no crime também foi preso, e a namorada do policial penal está sendo procurada.
Ronaldo Alves dos Santos, que tinha 41 anos, foi visto com vida pela última vez no dia 31 de março de 2017, quando informou para seus familiares que estava indo entregar um carro para um comprador em Minas Gerais. Quinze dias depois, a família procurou a imprensa para noticiar o desaparecimento dele, e relatou que alguém estaria usando o celular do comerciante para enviar mensagens.
A Polícia Civil, então, começou a investigar o caso, mas somente em 21 de junho de 2018 obteve a confirmação, após um exame de DNA, que um corpo encontrado carbonizado no dia 1º de abril daquele ano, perto de Cristalina, cidade goiana que fica no Entorno do Distrito Federal, era de Ronaldo. Na sequencia das investigações, uma mulher de 31 anos, que estava recebendo transferências feitas da conta do comerciante após o desaparecimento dele, foi identificada.
Esta mulher, descobriu a equipe do Grupo Anti Sequestro (GAS), da Deic, era amante de um policial penal, de 34 anos, que em abril de 2017 já tinha sido flagrado dirigindo um dos carros pertencentes à Ronaldo. Outro veículo do comerciante foi recuperado, também em abril de 2017, com o homem de 35 anos, que no último final de semana também foi preso preventivamente, suspeito de participação no latrocínio.
“Durante as investigações nós conseguimos comprovar que um projétil encontrado dentro da casa do Ronaldo havia saído de uma arma que estava sob a cautela deste policial penal que agora está preso. Além disso, ele, e o outro suspeito que também conseguimos capturar, foram flagrados com dois veículos que pertenciam ao comerciante, o que não deixa dúvidas de que eles mataram o Ronaldo para roubar os carros, e também R$ 2 mil que ele tinha, e que foi transferido para a conta da amante deste policial penal”, relatou o delegado Thiago Martimiano, chefe do GAS, da Deic.
A amante do policial, segundo o delegado, também teve a prisão preventiva decretada, mas atualmente mora em outro país. O pedido de prisão já foi comunicado à Interpol.
Thiago Martimiano contou ainda que a justiça demorou a decretar a prisão dos suspeitos porque aconteceu o que eles chamam de “conflito de competência”, já que um juiz achava que o crime tratava-se de homicídio, e outro de latrocínio, que é o roubo seguido de morte. Em decorrência dessa pendenga judicial, somente agora é que os parentes de Ronaldo conseguiram sepultá-lo. Nomes e imagens dos dois presos não foram divulgados.