Policiamento presente faz “mega manifestação” Bolsonarista virar fiasco em Goiânia
Grupos mobilizaram atos que ocorreriam em 27 capitais. Porém, Possível "armadilha esquerdista" e policiamento afastaram a militância das ruas
A Polícia Militar (PM) enviou equipes ao Parque Vaca Brava no fim da tarde desta quarta-feira (11), em Goiânia. O local serviria de ponto de concentração da intitulada “mega manifestação para retomada do poder”, novo ato golpista organizado por bolsonaristas. No entanto, pouca gente apareceu.
O efetivo de policiais não foi divulgado por motivos de segurança, mas era possível notar viaturas, policiais da cavalaria e agentes à pé. Como o público esperado foi insuficiente para que o ato golpista ocorresse, militares esvaziaram o parque por volta das 19h30.
O pouco engajamento contrastou com as milhares de mensagens que circularem em grupos bolsonaristas na internet que convocavam militantes para os atos, que aconteceriam em Goiânia e outras 26 capitais. Porém, horas depois, a intitulada “mega manifestação” assumiu contornos de fiasco.
Fiasco e “cilada da esquerda”
À medida em que os militantes golpistas começavam a reagir e reencaminhar a mensagem sobre a manifestação, administradores tentaram desmobilizar o movimento, sob a justificativa de que a convocação seria uma “armadilha da esquerda”.
“ATENÇÃO É uma cilada, NÃO vão pra (sic) rua a noite!! Os infiltrados vão quebrar lojas, comércio e vão culpar nós patriotas igual fizeram em Brasília! ESPALHEM ESSE POR FAVOR?? É CILADA, GOLPE! (sic) ”, diz a mensagem do administrador de um dos grupos.
Governo de Goiás
Em Goiás, o governador Ronaldo Caiado colocou o Estado de Goiás à disposição do DF para apoio em medidas de segurança. Nesta quarta, 30 policiais militares se apresentaram ao comando da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP).
De acordo com o secretário de Segurança Pública (SSP-GO), Renato Brum, outros 60 policiais do Batalhão de Choque estão em Valparaíso de Goiás, cidade do Entorno do DF, estavam prontos para se deslocarem à Brasília, caso fosse necessário.
O secretário disse que não há informações que indiquem risco de ataques em Goiás e que as medidas de reforço de segurança foram tomadas por precaução.
Brum afirmou, ainda, que está em constante contato com os superintendentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Polícia Federal em Goiás, e que o efetivo nas estradas foi reforçado.
A Segurança Pública de Goiás também está dando apoio à Polícia Federal na oitiva de pessoas detidas no estado após serem identificadas como participantes do ato golpista em Brasília. Segundo Brum, 294 pessoas já foram ouvidas e liberadas.
Em nota, a SSP-GO afirmou que não há pessoas presas em Goiás. Todos os detidos são ouvidos e os inquéritos remetidos à Polícia Federal.
Apreensão de ônibus
A Polícia Civil apreendeu, também nesta quarta-feira (11), seis ônibus usados no transporte de passageiros à Brasília no domingo. Os veículos estavam em um galpão do Bairro Feliz, em Goiânia, e foram levados para a Receita Federal.
De acordo com o gerente de planejamento operacional da Polícia Civil, delegado Rilmo Braga, cinco dos seis ônibus constam em lista publicada em decisão do ministro Alexandre de Moraes, que determinou a apreensão.
O delegado disse que não havia proprietários ou motoristas no local, mas há investigação para localizá-los.
Movimento esvaziado em Brasília
Nesta quarta (11), vários grupos foram apagados ou desativados por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) direcionada ao Telegram. Isso também colaborou para que os atos não vingassem.
Em Brasília, um forte esquema de segurança foi montado. Militares efetuaram oito pontos de bloqueio para evitar acesso dos eventuais manifestantes à Esplanada e Praça dos Três Poderes. Porém, as forças de seguranças não registraram nenhum militante no local até as 18h, horário marcado para início da concentração.