Polícias apuram se pichação atribuída ao Comando Vermelho em Goiânia é verdadeira
A Inteligência da Polícia Civil de Goiás investiga se a pichação em um muro na…
A Inteligência da Polícia Civil de Goiás investiga se a pichação em um muro na Rua 10 (Avenida Universitária), no Setor Sul, em Goiânia, teria sido feita, de fato, por integrantes da facção criminosa carioca Comando Vermelho (CV). A Polícia Militar também acompanha a movimentação de criminosos pela região.
A pichação feita com tinta vermelha em um muro no cruzamento da Rua 10 com a Rua 91 insinua que aquela área é dominada pelo Comando Vermelho. E alerta ser proibido “roubar na quebrada”. Para o Diretor Geral da Polícia Civil de Goiás (PC GO), delegado Odair José Soares, ainda que se trate de um fato isolado, feito por algum pichador que não tenha envolvimento com outros crimes, o caso será apurado com rigor.
“Ali não tem histórico de atividades pertinentes ao crime organizado, como execuções e tráfico de drogas, por exemplo. Os delitos lá registrados são pequenos e raros, mas assim que tomamos conhecimento dessa pichação nós já acionamos o Serviço de Inteligência para que apurem quem de fato escreveu aquilo, e, sendo criminoso ou não, nós vamos identificar, e fazer com que responda pelo ato”.
Já o Comandante Geral da Polícia Militar (PM GO), coronel Renato Brum, disse que não gosta de dar visibilidade a facções criminosas. Ele fez questão de afirmar que as forças policiais de Goiás estão atentas e prontas para agir quando necessário. “Se for mesmo coisa de facção não tenha dúvida de que chegaremos nos envolvidos. E vale lembrar que as ocorrências recentes envolvendo criminosos organizados por aqui já mostraram que a Polícia Militar está pronta para enfrentar qualquer tipo de bandido, onde quer que ele esteja”, destacou.
Procurado pelo Mais Goiás, o tenente coronel Benito Franco, comandante da Rondas Ostensivas Metropolitanas (Rotam), acha pouco provável que chefes da facção criminosa carioca tentem dominar a região por meio de pichações.
“Ali pode tem um ou outro bandido novo que muitas vezes nem faccionado é mas talvez esteja querendo aparecer. É importante ressaltar que o Batalhão de Rotam tem todos os principais líderes destas facções em Goiás devidamente identificados e catalogados, e, se aparecerem novos membros, nós também chegaremos neles”, alertou.
Entre pessoas que moram e passam pelo local, as opiniões são divergentes. O motorista Eliton Carmo, por exemplo, que mora bem perto do local da pichação, diz ter ficado preocupado. “Eu nem tinha parado para prestar atenção, e na verdade não sabia o que significavam estas siglas e nome. Mas agora que você me contou estou com medo, coisa boa não deve ser, né”, indagou.
Já para a atendente de lanchonete Ana Cláudia Rocha, tudo não passa de uma brincadeira de mau gosto. “Isso prá mim é coisa de moleque que não tem o que fazer e quer assustar os outros”, pontuou.
Um antigo pichador da capital, ouvido pelo Mais Goiás, que pediu para não ser identificado, disse que a pintura na parede pode sim ter sido feita por algum criminoso faccionado. “O fato dessa escrita estar nesse lugar há mais de 15 dias, e até hoje ninguém ter pichado em cima, como normalmente acontece em qualquer outro lugar de Goiânia demonstra, no mínimo, respeito para com quem pichou primeiro”, opinou.
*Por Áulus Rincón, do Mais Goiás