*Amanda Sales é integrante do programa de estágio do convênio entre Ciee e Mais Goiás, sob orientação de Thaís Lobo
População protesta em frente ao Cais Finsocial contra fechamento da unidade
Um grupo de moradores da região do Cais Finsocial, na Vila Finsocial, na região Noroeste…
Um grupo de moradores da região do Cais Finsocial, na Vila Finsocial, na região Noroeste de Goiânia, organizou um protesto em frente à unidade na tarde desta quarta-feira (11) contra as condições de atendimento e um possível fechamento do local. Os populares seguraram cruzes brancas na porta da unidade para protestar contra a precariedade no atendimento, sobretudo de emergência.
Membros da Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Saúde da Câmara Municipal estiveram no Cais nesta segunda-feira (9) e identificaram que falta pessoal e equipamentos necessários para o atendimento aos pacientes. Conforme denunciado no dia da visita ao Cais, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) teve um gasto de R$ 11.242.913,70 com a terceirização do serviço de raio-x em sete unidades da capital enquanto há sete máquinas adquiridas entre 2015 e 2016 estão “encaixotadas”, novas e sem uso, no almoxarifado. Uma das unidades em que isso ocorre é o Cais Finsocial.
No local, conforme o presidente da Cei, Clécio Alves (MDB) há um aparelho de raio-x parado por falta do filme necessário para a “impressão” dos exames. O vereador aponta que, atualmente, os pacientes que precisam do serviço são encaminhados para a Santa Casa de Misericórdia de Goiânia.
O Cais Finsocial também está enfrentando, segundo a Cei, problemas de registro e regulação de seus pacientes devido ao mau funcionamento do software instalado nos computadores da unidade. O secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico, Trabalho, Ciência e Tecnologia de Goiânia (Sedetec), Ricardo Deval Borges prestou depoimento junto aos vereadores na semana passada, ocasião em que revelou que o sistema custou R$4,2 milhões.
Clécio, que esteve no ato, explicou que já repassou para o prefeito Iris Rezende as reclamações dos moradores e alertou sobre o temor de que a unidade fosse fechado. Conforme o vereador, na ocasião, o chefe do executivo municipal garantiu que o Cais Finsocial continuaria funcionando normalmente, mas desde então as condições de atendimento não melhoraram.
A aposentada Maria Laurita da Silva, de 81 anos, mora há 18 anos na região Noroeste e precisa dos serviços do Cais Finsocial. Para a idosa que esteve na mobilização, em casos de emergência o atendimento é precário. “Tem um médico da família aqui, mas tem muita gente. Tem dia que a gente vem e não tem vaga”, desabafa.
Pessoal
Outro problema apontado pelos vereadores na unidade é a falta de pessoal para atender os pacientes. “No dia em que estivemos lá presenciamos oito pessoas que procuraram atendimento e não conseguiram pois só tinha um clínico geral. Também faltam pediatras, pois a secretária tirou os funcionários para levar pro Cais Urias Magalhães”, argumenta Clécio.
Uma funcionária do Cais que optou por não ser identificada informou ao Mais Goiás que o serviço de urgência fica impossibilitado pois não há equipe médica suficiente, formada por pelo menos três médicos e dois enfermeiros. No local, segundo a mulher, não é possível fazer triagem dos pacientes.
A situação da pediatria da unidade é semelhante. “Há um ano a pediantria não atende mais. Apenas quando chega crianças com febre muito alta, mas aí é atendida pelo clínico geral mesmo. Em outros casos, os funcionários da recepção são orientados a encaminhar os pacientes para os Cais de Campis ou Novo Mundo”, aponta a funcionária.
O ambulatório da unidade, segundo a profissional, foi desmontado e levado para o Cais Urias Magalhães, bem como outros funcionários que foram realocados. Essa situação leva a mulher e os moradores da região a pensarem que o Cais Finsocial pode ser fechado em breve.
A SMS informou que a unidade não vai ser fechada e está funcionando normalmente.