Por conta de ‘amigos bêbados’, estudante faz festa em Goiânia com ‘manual de instruções’
Após uma série de comemorações de aniversário que considerou malsucedidas, o estudante de design João…
Após uma série de comemorações de aniversário que considerou malsucedidas, o estudante de design João Sávio, de 25 anos, decidiu criar um “manual de instruções” com regras para a festa em que deixou claro o que os convidados podiam ou não fazer. Entre os itens que fez questão de destacar por escrito, havia orientações para os convidados não exagerarem no uso de drogas, não quebrarem a porta do freezer e até mesmo sugestões de prioridades no consumo de salgadinhos, num total de 600, para que os vegetarianos, que só tinham uma opção, não ficassem sem comer. A ideia fez tanto sucesso que foi parar nas redes sociais e, mesmo quem questionou a rigidez do anfitrião, achou graça. João garante que todos os tópicos estavam ali por uma razão e eram imprescindíveis para o sucesso do evento.
Seguindo as recomendações, cerca de 60 pessoas comemoraram os 25 anos de João em Goiânia, no último sábado (23/07) sem grandes inconvenientes. Apenas muita diversão às custas, justamente, do “manual”. “Pô, loló não pode? Agora não vou mais”, disse um convidado em referência às regras sobre uso de drogas, que João garantiu ser apenas brincadeira, já que nunca houve ocorrências deste tipo em festas anteriores. Brincadeiras à parte, o estudante, no entanto, foi bem claro sobre as condutas que eram inaceitáveis, como beber demais: “Ninguém quer passar a festa toda cuidando do amiguinho que bebeu demais, ou usou droga”. “Então, não exagere, se passar mal, vou te largar morto no chão”, prometeu.
Outros destaques, como os horários de início e término da festa e a restrição quanto às interações com as plantas também foram motivo de piada. “Todo mundo sabe o quanto minha mãe ama as plantas. Mais do que eu, inclusive”, escreveu. A regra era não chegar depois das 21h para não encontrar a porta fechada e não sair depois das 3h, sendo recomendável pedir logo o carro de aplicativo quando o horário do fim da festa estivesse se aproximando.
– A maioria (dos meus amigos) riu e fez piadas do tipo ‘vou chegar às 23h e levar mais duas pessoas’. Mas todos levaram numa boa, ninguém ficou incomodado porque todos se conhecem e sabem que o pessoal passa do limite as vezes. Além disso, nenhuma regra anula a possibilidade de a gente curtir, então estava todo mundo tranquilo – contou ele, que assegurou que as plantas da mãe ficaram intactas.
– Desde 2015 eu faço essas coisas em casa e, ao longo dos anos, fui vendo que precisava colocar limites. Os meus amigos já são meio doidos, (então), quando coloca álcool no meio, fica impossível – disse João, que relembrou quando fez uma festa sem colocar regra nenhuma, em 2016. – (O resultado foi que) a minha casa encheu de gente estranha, sujaram muito, derrubaram plantas, vomitaram e arrancaram a porta do freezer. Depois disso, comecei a mandar algumas regrinhas sempre que ia fazer algo em casa.
Regras: ‘sempre teve e sempre vai ter’
Sem gostar de barulho e de “muvuca”, os pais de João resolveram viajar e deixar a casa livre para a comemoração. Segundo o aniversariante, apesar de estar sozinho, tudo deu certo e a festa terminou sem nada quebrado, nenhum convidado passando mal ou com reclamações de vizinhos. Quanto às determinações estabelecidas, algumas não foram cumpridas, João reconhece, como o horário de chegada. Mas, de acordo com ele, algumas coisas eram só “blefe”.
– Claro que teve gente que não cumpriu a regra de chegar no horário, sempre tem. Mas eu não ia deixar ninguém de fora, a regra foi exagerada ali, mas era blefe. Entrou gente na casa também, mas sempre acontece.
A publicação do manual de João foi feita por uma namorada de um convidado no Twitter, mas ninguém imaginava a repercussão. Nesta terça-feira (26/07), o post já tinha mais de 190 mil curtidas e cerca de 7.600 comentários. Entre eles, questionamentos sobre a quantidade de comida oferecida e muitos outros relatos de pessoas que deram festas em casa e tiveram resultados desastrosos.
– Vi muita gente contando experiências em festas e falando que concorda com as regras. Uma galera comentou que vai usar a lista porque amou. Claro que também tinha uma galera falando que sou chato e que preferia nem ir a uma festa assim – disse João. – Eu acho que essa galera nunca lidou com mais de 20 amigos bêbados na própria casa. Sobre regras na minha casa, sempre teve e sempre vai ter.