Tira-gosto Indigesto

Por falta de higiene, Polícia Civil fecha fábrica de linguiças e de espetinhos em Goiânia

Alimentos eram fabricados em meio a fezes e urina de animais. Duas pessoas foram presas e quase 400 quilos de produtos impróprios para o consumo foram apreendidos

Em uma ação conjunta com o Procon Goiânia e a Agrodefesa, agentes da Delegacia Estadual de Defesa do Consumidor (Decon) fecharam, nesta terça-feira (14), em Goiânia, duas empresas que fabricavam alimentos sem autorização e em péssimas condições de higiene. A operação, batizada de “Tira-gosto Indigesto”, culminou com a prisão de duas pessoas e na apreensão de quase 400 quilos de produtos impróprios para o consumo.

No Parque Industrial João Braz, em um galpão onde eram produzidos lingüiça e bacon, a polícia descobriu que o estabelecimento usava, para a comercialização dos produtos, um selo de inspeção estadual de uma empresa que já havia fechado. Além dessa irregularidade, os agentes constataram que a máquina e a mesa onde era fabricada a lingüiça não tinham nenhum tipo de higienização, a câmara fria estava fora da temperatura adequada, e a pururuca era deixada para secar dentro de uma bacia, em cima do telhado, onde existiam muitos gatos.

“Encontramos também vários produtos vencidos que estavam sendo usados para a conservação da carne”, destacou o delegado Rodrigo Godinho, adjunto da Decon e responsável pela operação. Os alimentos ali fabricados, ainda segundo as investigações, eram revendidos para pequenos supermercados de Goiânia.

A falta de higiene foi ainda maior na segunda empresa visitada pelos policiais, no Bairro Capuava. Em um cômodo usado para a fabricação de espetinhos, os agentes encontraram caixas de papelão com alimentos no chão, sem qualquer cobertura, e ao lado de fezes e urina de animais. O local também não contava com câmara fria para o armazenamento de carne, e os espetinhos eram manipulados sem qualquer proteção, além de não possuírem embalagens ou rótulos que pudessem identificá-los. Um vídeo gravado pela Polícia Civil mostra as péssimas condições em que os alimentos eram fabricados.

 

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Tanto o proprietário da fábrica de lingüiça e pururuca, como a dona do local onde os espetinhos eram fabricados, foram presos e autuados em flagrante, mas acabaram liberados após pagarem fiança. Os dois, que não tiveram os nomes divulgados, responderão por crimes contra as relações de consumo, delito que tem pena de reclusão prevista de dois a até cinco anos.