NOVA DECISÃO

Por falta de provas, personal trainer que agrediu namorada em Goiânia passa a responder por lesão corporal

O personal trainer Murilo de Morais Segurado, que é acusado de agredir a namorada, uma…

O personal trainer Murilo de Morais Segurado, que é acusado de agredir a namorada, uma médica veterinária, no Setor Eldorado, em Goiânia no ano de 2019, e iria a júri popular por tentativa de homicídio passa a responder por lesão corporal grave. A mudança vem depois de uma nova decisão da Justiça dada neste mês.

Em janeiro de 2020, o juiz Jesseir Coelho de Alcântara havia decidido que o personal seria julgado por um júri popular por tentativa de homicídio. Porém, a defesa de Murilo entrou com recurso e o desembargador Eudélcio Machado Fagundes decidiu mudar o crime para lesão corporal grave.

“Assim, inexistindo prova clara e irretorquível de ‘que o agente quis o resultado, ou assumiu o risco de produzi-lo’ deve ser efetiva a pretendida”, alegou o desembargador em decisão. O Mais Goiás tentou contato com os advogados de ambos envolvidos no processo, mas não obteve sucesso. Espaço segue aberto para manifestações.

Relembre o fato

O crime aconteceu em 28 de agosto de 2019 e foi registrado por imagens de câmera de segurança. O homem foi flagrado desferindo socos e pontapés contra a mulher. Casal estava junto há quatro anos e possuía histórico de agressão física.

O Ministério Público (MP-GO) denunciou o personal trainer em outubro de 2019 por homicídio qualificado, pois foi de forma cruel, sem chance de defesa para a vítima e cometida no contexto de violência doméstica e familiar.

Segundo o MP, o casal brigou, por motivos banais. Com a justificativa de que queria conversar, ele foi até o apartamento da veterinária. Foi quando ela disse que estava indo para a igreja e ele dispôs a acompanhá-la.

Os dois entraram no carro da vítima, mas logo o personal ficou agressivo e os dois começaram a brigar. A mulher chegou a pedir para que ele descesse do carro. Sem sucesso, ela decidiu sair e foi seguida e agredida por ele.

Mesmo com a namorada caída no chão, as agressões não pararam. Um policial civil que estava no local ordenou que Murilo parasse de agredir a namorada e precisou sacar a arma para contê-lo.

“A vítima diz que se lembrava de ouvir um senhor gritando para o requerente “parar, porque ele iria matá-la” e que depois ouviu um tiro, quando ele parou as agressões”, destaca trecho do documento.

Ainda conforme a decisão, o suspeito “não nega a autoria, mas diz que não tinha intenção de ceifar a vida da vítima e que cessou as agressões por vontade própria”.

A mulher teve um braço quebrado durante a violência e precisou fazer fisioterapia. Já o personal responde ao processo em liberdade.