Prefeito de Goiânia inicia negociações para compra de vacina russa
Rogério Cruz pretende adquirir, inicialmente, 600 mil doses da Sputnik V para os goianienses
O prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos), visitou na manhã desta quinta-feira (4) o laboratório da União Química, em Brasília, local onde é produzida a vacina Sputnik V, de origem russa, contra a covid-19. No encontro, conforme informações da prefeitura, Cruz deu início às negociações para a possível compra inicial de 600 mil doses do imunizante para a capital goiana.
Caso as negociações tenham um desfecho positivo, as vacinas devem ser adquiridas para aplicação em idosos com idade acima de 60 anos. De acordo com o prefeito, na próxima semana a União Química vai concluir a produção de 4,5 mil doses que serão enviadas à Rússia para certificar a qualidade e eficácia dos imunizantes. A partir desta validação, conforme o gestor, a empresa começará a produzir as vacinas em larga escala, abrindo possibilidade para aquisição da Prefeitura de Goiânia.
“É com muita honra que recebi este convite e não poderia deixar de estar aqui para, além de conhecer a produção da Sputnik V, já iniciar as negociações de doses da vacina para Goiânia”, disse Cruz, destacando que a produção da empresa União Química ocorre no Brasil em fase piloto, mas a fabricação em larga escala depende de autorização por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Obstáculos à frente
Apesar da boa expectativa do prefeito Rogério Cruz em adquirir, diretamente pelo município, as vacinas para os goianienses, a coisa pode não ser tão fácil quanto parece. Em reunião virtual com as associações estaduais de municípios, entre elas a Associação Goiana de Municípios (AGM), ocorrida na última quarta-feira (3), o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, contrariando os gestores municipais, informou que os imunizantes contra a covid continuarão sob o controle da pasta federal, por meio do Plano Nacional de Imunização (PNI).
No encontro, Pazuello respondeu ao apelo por vacinas do presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Glademir Aroldi, dizendo que “nenhum Estado e nenhum município é melhor do que o outro”.
“Estão peitando o pacto federativo. Existem muitos interesses paralelos. Se os mais de 5 mil municípios e os 26 Estados tratarem dessa questão de forma individual, vai prevalecer só a lei da oferta e da procura”, afirmou Pazuello, enfatizando que, os municípios que fizerem aquisição de vacinas, terão de repassar ao Sistema Único de Saúde (SUS).