Prefeitura busca reverter decisão sobre transferência do urso Robinho para santuário
A briga pela transferência do urso Robinho do Zoológico de Goiânia vai ganhar mais um…
A briga pela transferência do urso Robinho do Zoológico de Goiânia vai ganhar mais um capítulo nesta semana. Após a liminar que concedeu a transferência do urso para um santuário em São Paulo, expedida pelo Tribunal de Justiça (TJ-GO) na última sexta-feira (14), a Procuradoria Geral do Município (PGM) prepara recurso para recorrer à decisão, assinada pelo desembargador Sebastião Fleury.
Ao Mais Goiás, o presidente da Agência Municipal de Turismo Eventos e Lazer (Agetul), Urias Júnior, argumentou que o zoológico não foi visitado para averiguarem as condições reais em que vive Robinho. “Nós nunca fomos procurados para tratar da melhoria de qualidade de vida do Robinho. E quando se fala em liberdade para o urso é uma falácia. Ele está saindo do Zoológico de Goiânia para outro zoológico. Ele estará em cativeiro ainda, ele não estará solto na natureza”, argumenta.
Urias também alega que Robinho vive nas condições climáticas de Goiás desde que nasceu, estando acostumado com as temperaturas altas do cerrado. O presidente da Agetul afirma que o Zoológico de Goiânia tem cuidado de Robinho dentro das normativas do Ibama e que prepararam um novo espaço para ele. “Criamos um novo espaço para ele, que agora terá 680 metros quadrados e uma piscina com quase 10 mil litros”, contou.
Já a ONG Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal, que trabalha em conjunto com o santuário Rancho dos Gnomos e conseguiu a liberação do urso, defende que no santuário ele terá dois mil metros quadrados com lagos, tocas, alimentação equilibrada e temperatura muito condizente com seu habitat natural. O Rancho dos Gnomos, de acordo com a ONG, também não é aberto ao público como o Zoológico de Goiânia.
Defesa
O Fórum afirma também que a Prefeitura nunca abriu espaço para diálogo sobre as condições de vida do animal. A advogada da ONG, Ana Paula de Vasconcelos, disse ao Mais Goiás que tanto o antigo, como o novo local de Robinho no Zoológico de Goiânia, são pobres em vegetação e que não mudará sua rotina entediante. “Ele vive em completo isolamento sem contato com qualquer outro ser vivo. O muro é algo totalmente inadequado, sem circulação de ar. Ao passo que no Rancho dos Gnomos ele terá um ambiente mais próximos ao seu habitat natural, em clima mais ameno e onde terá convivência com outros de sua espécie. Onde ele não passará pelo estresse de visitação e barulho humano.”
Ana Paula afirma ainda que não se justifica querer manter um animal em sofrimento mental e físico apenas para agradar o interesse de humanos. “Precisamos ter a dignidade de enxergar as necessidades de cada ser vivo e respeitá-las. E o fato de Robinho ter nascido em Goiânia não quer dizer que ele não sofra com o clima, já que a alta temperatura a baixa umidade, que são características do cerrado são totalmente adversos a sua natureza”, pontua.