DESOCUPAÇÃO

Prefeitura de Goiânia despeja famílias da Ocupação Paulo Freire, diz MTD

Movimento afirma que ocupantes permanecem no local, pois não têm para onde ir

Prefeitura de Goiânia despeja famílias da Ocupação Paulo Freire (Foto: MTD)

A prefeitura de Goiânia despejou 80 famílias da Ocupação Paulo Freire, no bairro Solar Ville, nesta segunda-feira (5). A informação é do Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos (MTD).

O MTD lembra, ainda, que a medida viola a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 828, que suspende despejos e desocupações, em razão da pandemia de covid-19, até 31 de outubro.

Segundo o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, a nova data evita qualquer superposição com o período eleitoral. Além disso, afirmou que “a pandemia da Covid-19 ainda não acabou e as populações vulneráveis se encontram em situação de risco particular”.

Ao Mais Goiás uma representante do MTD informou que o despejo da ocupação em Goiânia ocorreu durante a tarde. Ela afirma, entretanto, que as famílias seguem no local, pois não têm para onde ir. “A patrola da prefeitura passou por cima de todos os barracos.”

E mais: “A ADPF prevê que antes de despejar, em casos que o despejo é realmente necessário, é preciso haver uma alternativa de moradia, mas a assistência social não chegou, só as patrolas.”

Prefeitura de Goiânia sobre a ocupação Paulo Freire

O Mais Goiás procurou a prefeitura para se manifestar sobre o despejo das famílias da ocupação. A Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma) enviou a seguinte nota:

“A ação de fiscalização em uma Área Pública Municipal destinada a implementação de Parque no Residencial Solar Ville foi realizada em conformidade com a legislação e concluída de forma pacífica.

No local, a Amma realizou a retirada de barracas de lona irregulares que estavam completamente vazias e sem mobiliários. Não residia ninguém nos barracos, os quais foram retirados pela Amma.

Foi constatado pelos auditores fiscais que os ocupantes cortaram árvores nativas do local e atearam fogo em outras. O intuito era desmatar a área para construir uma espécie de barraco que demarcasse o local.

Três pessoas apareceram durante a ação se dizendo donas dos barracos, e foram autuadas, saindo em seguida do local de forma pacífica .

A ação contou com o apoio operacional da Guarda Civil Metropolitana (GCM), Assistência Social e do Conselho Tutelar da região.

Foi identificada a organizadora da ocupação. Todos os demais ocupantes
relataram possuir casas nas proximidades das áreas ocupadas nos setores Buena Vista, Residencial Solar Ville e London Park.

Ficou constatado, também, que o intuito dos ocupantes era demarcar a área para que, no futuro, houvesse uma possibilidade de regularização, o que é ilegal.”

(Foto: MTD)
(Foto: MTD)
(Foto: MTD)
(Foto: Jucimar de Sousa)