Prefeitura de Goiânia lança campanha Pipas Sem Cerol
Objetivo do trabalho é reduzir o número de casos de feridos e mortos em decorrência do cerol, conscientizando crianças, adolescentes e adultos que o uso de cerol é crime
A aproximação das férias escolares combinada com o tempo seco, típico da época de julho, é um convite para crianças e adultos entrar na brincadeira de soltar pipas. O problema é quando a diversão passa ser um perigo devido ao uso do cerol, uma mistura cortante de vidro e cola que é usada nas linhas para cortar outras pipas. Para orientar as crianças, adolescentes e até adultos sobre os perigos do objeto, a Prefeitura de Goiânia começa nesta terça-feira (19), no Jardim Bela Vista, a campanha Pipas Sem Cerol.
Para o lançamento da campanha, a organização contará com a participação de cem alunos da rede municipal, doação de pipas, contação de histórias, grupo de palhaços, brincadeiras com slackline, além de pula-pula e escorregador. O porta voz da Guarda Civil Metropolitana (GCM), Valdsom Batista, explica que além do trabalho de campo, os guardas vão até as escolas orientar os alunos através de cartazes e fantoches que o uso da linha com cerol é crime, e que é possível brincar de forma consciente.
De acordo com dados da Guarda Civil Metropolitana, em 2018, a campanha completa dez anos e aponta redução nos números de vítimas do cerol. Quando começou, em 2009, não foi registrado nenhuma vítima, ao contrário de 2010, quando foi registradas 47, sendo quatro mortes. Em 2011 houve uma morte e em 2012 três casos de acidentes classificados como grave ou gravíssimo, no entanto, sem vítimas fatais. No quinto ano de campanha, em 2013, um jovem de 22 anos, morador da região oeste de Goiânia, morreu após sofrer um corte na região do pescoço com uma linha com cerol. Em 2014 não foi registrada nenhuma morte. Em 2015, um senhor de 60 anos morreu na BR-153, próximo à Vila Redenção, ele estava em uma motocicleta quando teve o pescoço cortado pela linha com cerol. Desde então, nenhum caso foi registrado até o momento.
“Em 2008, quando vimos índices alarmantes de pessoas feridas com as linhas com cerol, nós nos reunimos e decidimos que algo deveria ser feito, e desde então nós temos realizado esse trabalho. Felizmente o número vem caindo e esse é o nosso objetivo. A gente espera que neste ano todos sejam mais conscientes”, diz Valdsom Batista.
A produção, comercialização, armazenamento, transporte e a distribuição de cerol, linha chilena, ou de qualquer outro material cortante usado para empinar pipas, ou artefatos semelhantes é proibido pela lei municipal 8.833 de 2009.
O estabelecimento que comercializa cerol pode levar advertência, com multa de R$1.500, além da cassação do alvará de funcionamento. Já quem utiliza esses produtos, está sujeito à multa, fixada no valor de R$200 por cada material apreendido.