Risco à Saúde

Prefeitura de Goiânia monitora mortes de macacos para detectar febre amarela

A identificação precoce do vírus entre os animais auxilia no reforço das estratégias para se evitar a propagação da doença em humanos

Um dos principais indicativos da circulação do vírus da febre amarela em uma região é a presença de macacos doentes ou mortos. Os animais também são vítimas da doença e a detecção do vírus entre eles auxilia no reforço das estratégias de controle do avanço da doença entre humanos. Em Goiânia, o trabalho de monitoramento do óbito dos chamados Primatas não Humanos (PNH) é contínuo. No ano passado quatro mortes de macacos foram confirmadas na Capital e em 2016 um caso de óbito em humanos foi identificado.

“A morte de macacos é considerada um evento sentinela para monitoramento da febre amarela em uma região”, destaca a superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS), Flúvia Amorim. Os animais não transmitem diretamente a doença para o homem, mas exercem o papel de hospedeiros para o vírus. A febre amarela é transmitida por mosquitos que podem se alimentar tanto do sangue dos primatas quanto de humanos. “Ao se detectar a presença desses animais mortos é necessária uma investigação para identificar a doença, pois significa que há grande possibilidade de futura ocorrência em humanos”, pontua a superintendente.

Em 2016, a diretoria de Vigilância em Zoonoses da SMS Goiânia já realizou 19 exames de necropsias de Primatas não Humanos. Destes, onze foram de cadáveres encontrados na Capital e oito de outros municípios do interior do estado de Goiás. Nesse ano, quatro mortes pelo vírus da febre amarela em macacos foram confirmadas no Estado, uma em Goiânia. No ano passado, dos 31 casos investigados em primatas não humanos no município, quatro foram confirmados.

Diante dos resultados positivos para febre amarela em macacos, a Prefeitura de Goiânia, por meio da SMS, intensificou as campanhas preventivas, de bloqueio vetorial e de vacinação para a doença. Desde dezembro de 2015, com a confirmação da circulação do vírus em um macaco, a população tem sido mobilizada a procurar as salas de vacina para se imunizar. Com um óbito confirmado em humano na Capital em julho de 2016, as estratégias de imunização dos goianienses foi reforçada. 

Ao identificar um macaco morto, a orientação da diretoria de Vigilância em Zoonoses da SMS é de que a população informe ao órgão o caso para que o cadáver seja capturado e encaminhado para realização de exames. O serviço é realizado gratuitamente, todos os dias da semana e em qualquer horário. Para isso, basta ligar nos telefones 3524-3131 (até às 17 horas) e no 3524-3130 (após as 17 horas, aos finais de semana e feriados).

Vacinação

Para a prevenção da doença, a vacinação ainda é a forma mais eficaz de se proteger contra o vírus. A vacina, em pessoas sem problemas de imunidade, garante uma proteção de até 98% e está disponível nas salas de vacinação das unidades de saúde de Goiânia durante todo o ano. Em 2016, mais de 67 mil pessoas já foram imunizadas na Capital. Destas, aproximadamente 22 mil somente no mês de agosto, período em que a estratégia de vacinação foi reforçada no município.

“As pessoas devem ficar atentas e atualizar o cartão vacinal. Apesar do aumento da cobertura, cerca de 235 mil pessoas em Goiânia ainda precisam se imunizar e é muito importante que a população não imunizada procure um dos postos”, reforça a superintendente de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorim. O combate aos mosquitos Haemagogus e Aedes aegypti, que são transmissores da doença, também é uma forma de controle da doença.

O último caso de febre amarela silvestre no município havia sido registrado em 2007. Apesar da eliminação da forma urbana da doença no Brasil em 1942, é importante considerar o potencial risco de transmissão do vírus em áreas urbanas devido à presença do mosquito Aedes aegypti, que também pode transmitir a febre amarela.