Prefeitura de Goiatuba anula provas de quatro concursos por suspeita de fraude
A prefeitura de Goiatuba anulou todas as provas aplicadas em quatro concursos públicos para provimento…
A prefeitura de Goiatuba anulou todas as provas aplicadas em quatro concursos públicos para provimento de cargos na administração municipal nesta sexta-feira (27). A medida acata uma recomendação feita pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO), que investiga uma possível fraude nos certames.
Foram anuladas as provas dos editais 1, 2, 3 e 4/2021. Eles oferecem vagas para diversos cargos na área de saúde, educação e administração.
De acordo com o promotor responsável pela recomendação, Rômulo Correia de Paula, o órgão recebeu diversas denúncias a respeito de provas referentes a um dos concursos. Entre as possíveis irregularidades, estaria um suposto favorecimento de duas candidatas que integram o grupo familiar de um servidor da Faculdade de Ensino Superior de Goiatuba (Fesg), organizadora do concurso. As duas foram aprovadas em primeiro lugar.
De acordo com o MP-GO, o relato da comissão organizadora da seleção apontou uma série de falhas no processo. As provas foram impressas e armazenadas em uma sala comum, sem controle e registro de acesso, sem biometria, sem câmeras ou qualquer outra medida de segurança.
A comissão organizadora afirmou também que pessoas estranhas ao Núcleo de Seleção de Concursos participaram da impressão das provas. Além disso, elas foram guardadas em um envelope adesivo comum, sem qualquer sinal identificador de violação.
Para o promotor, a forma como as provas foram impressas e guardadas possibilitaram que houvesse fraude nos certames. “É possível que fraudadores tenham rompido o lacre, acessado a prova e, depois de fotografar seu conteúdo, a armazenado novamente em envelope idêntico”, disse Rômulo.
Falha na elaboração das provas
Outro problema identificado pelo MP-GO foi a elaboração das provas. De acordo com o relato da comissão organizadora da seleção, três pessoas ficaram responsáveis por fazer as questões. O problema é que duas delas eram formadas em administração e um formado em matemática.
Para o promotor, as três pessoas não gozam de conhecimentos específicos que estavam sendo avaliados nos concursos. Ele afirmou ainda que os componentes do Núcleo de Seleção não possuem capacidade para avaliar os recursos apresentados pelos candidatos.
“A falta de pessoas qualificadas para a confecção das provas torna a avaliação inócua e desprestigia aqueles que possuem mais conhecimento, uma vez que o examinador desconhece por completo o tema que está sendo submetido à avaliação”, disse o promotor.
Novas provas devem ser aplicadas
De acordo com a recomendação do MP-GO, novas provas devem ser aplicadas o mais rápido possível, mas sem incorrer nas irregularidades identificadas. O órgão afirmou ainda que, se necessário, outra instituição deve ser contratada para a realização dos concursos.
Por fim, o órgão alertou para a necessidade de observar os princípios da legalidade, impessoalidade, isonomia, moralidade e eficiência, “o que garantirá a seleção dos candidatos mais qualificados para o exercício das funções do cargo público”.