Prefeitura e UFG falam em “ações imediatas” em pontos de alagamento de Goiânia
Objetivo imediato é melhorar o sistema de drenagem em áreas que sofrem com alagamentos
Na manhã desta segunda-feira (27), o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, firmou um protocolo de intenções com a Universidade Federal de Goiás (UFG) para a elaboração do Plano Diretor de Drenagem Urbana (PDDU). O objetivo da medida é evitar os danos causados por tempestades no período de chuvas, em meio à crise climática. Com prazo de conclusão de 18 a 24 meses, o plano será o guia para a criação de políticas públicas para a região.
Em entrevista ao Mais Goiás, o coordenador do projeto e professor da UFG, Klebber Formiga, afirmou que o objetivo imediato é melhorar o sistema de drenagem em áreas que sofrem com alagamentos. Para isso, a prefeitura trabalha em soluções para 11 pontos de alagamento por meio do Programa Goiânia Adiante.
Já a médio e longo prazo, segundo Klebber, a intenção é implementar medidas que estimulem a infiltração da água e reduzam o escoamento.
“Um problema que temos recorrente é que fazemos a “reforma depois do problema” ou sempre apagando incêndio. O planejamento, e por isso o Plano, serve para tentar antecipar e atuar mais na prevenção. Ele norteia por 20 anos as ações que serão adotadas, mas várias medidas são imediatas, ele [Rogério Cruz] deve elencar prioridades entre as ações propostas”, explicou o coordenador.
“No momento, a Prefeitura continua tomando medidas pontuais, que são necessárias em vários pontos da cidade, o Plano tende a melhorar a aplicação dos recursos na drenagem”, acrescentou.
O problema da drenagem
Klebber explica que as cidades no Brasil foram desenvolvidas sempre para escoar a água o mais depressa possível, por isso foram construídos canais e galerias de água. O problema dessa medida, é o acúmulo de uma grande quantidade de água que precisará ser drenada, que provoca alagamentos, principalmente nos pontos mais baixos da cidade. “Se nada for feito só vai piorando”.
“Desde os anos 1960 nos EUA, e 1990 no Brasil, começamos a ver que precisamos atuar na quantidade de água que chega às ruas. Temos hoje no Brasil e em Goiânia sistemas que não conseguem escoar a água adequadamente. Isso vem de problemas de manutenção, projeto, e mesmo, falta de sistemas em vários locais”, defende.
Mais áreas verdes
O coordenador destaca a importância do incentivo a infiltração da água no solo e a diminuição do escoamento, como medida preventiva para evitar problemas decorrentes de tempestades no período chuvoso. Assim, a chuva será absorvida pelos jardins e áreas verdes, sem que haja necessidade de drenagem.
“Temos que ter mais áreas verdes e menos áreas cimentadas. Precisamos de mais árvores, jardins, etc. Isso nas casas. A legislação pede um mínimo de 30% o que é pouco, mas nem esses 30% são atendidos.”
Durante o evento de assinatura do plano, Rogério Cruz informou que o município incluirá dentro das leis complementares do Plano Diretor de Goiânia alteração para que os proprietários não fechem todo o quintal, a exemplo do que ocorre na Lei das Calçadas, onde 80 centímetros do pavimento são reservados para a grama.
O profeito ainda destacou o trabalho de limpeza dos bueiros e encanamentos com o uso da tecnologia que aspira entulhos que podem obstruir a passagem da água.
Problemas reais e frequentes
Recentemente, Goiânia sofreu com o impacto das chuvas intensas, resultando em danos materiais e uma fatalidade: a morte do motociclista Warley de Melo Adorno, de 22 anos, que foi levado pela enxurrada enquanto dirigia na Avenida C-107 no Jardim América.
Além disso, na semana anterior, o Lago das Rosas, localizado no Setor Oeste, transbordou. De modo que pedalinhos foram encontrados na Avenida Anhanguera.