“Prefeitura tem medo de perder o Robinho, e diminuir a arrecadação do zoológico”, diz ONG
Urso Robinho ganha nova jaula após quase ser tranferido para a ONG Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal, em São Paulo
Após a Justiça ter concedido uma liminar que previa a transferência do urso Robinho do Zoológico de Goiânia para o Santuário Rancho dos Gnomos, em Joanópolis, no Estado de São Paulo, a prefeitura providenciou uma nova jaula para o animal. A nova área tem 680 metros quadrados, conforme informou o presidente da Agência Municipal de Turismo Eventos e Lazer (Agetul), Urias Júnior.
Entretanto, a ONG Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal que entrou na Justiça para conseguir a libertação de Robinho, manifestou-se contrária à medida: “A causa de estranheza é o fato da prefeitura decidir só agora a transferência do urso para uma área um pouco maior. Não houve preocupação em 17 anos em construir um novo recinto mais condizente para ele e sua mãe que faleceu a pouco tempo. Somente após o ajuizamento da ação que a prefeitura providenciou ‘a toque de caixa’ sua transferência para um recinto adaptado. O recinto já existia e foi retirado dos chimpanzés para ser maquiar e apresentado como ‘novo recinto’”.
Além disso, o santuário negou a afirmação da Agetul de que o zoológico não foi visitado para averiguarem as condições reais em que vive Robinho. “Ao contrário do que alega o zoológico de Goiânia de não ter sido visitado para confecção das manifestações anexadas ao processo, a ONG sempre tentou contato com o diretor Rafael Cupertino para discutir sobre as instalações e a transferência dos animais, mas nunca foi recebida”.
Novo lar
Segundo o presidente da Agetul, Urias Júnior, o novo lar de Robinho tem mais que o dobro da área anterior, que era de 300 metros quadrados, além de ser superior ao que é recomendado pelo Ibama, que segundo ele, é 200 metros quadrados. “As melhorias são mais quantitativas, já que o espaço aumentou, em relação à qualidade, o ambiente é praticamente o mesmo”.
“O Robinho conta agora com duas piscinas, duas áreas de fuga, sendo uma com ar condicionado, além de troncos e uma gruta. O ambiente foi melhorado para recebê-lo”, reforçou.
A ONG, no entanto, continua alegando que o novo recinto do Robinho é apenas menos desconfortável do ponto de vista visual para os visitantes, mas não traz qualquer beneficio e bem estar animal. “É inconcebível que eles queiram que o animal fique preso num cubículo para ter acesso ao ar condicionado. O local não tem enriquecimento ambiental, é só um espaço reformado e maquiado para ludibriar e ganhar a opinião pública.
E por fim, o santuário alega que a prefeitura tem medo de perder o Robinho, e por consequência diminuir a arrecadação na bilheteria do zoológico.