Presidente da CEI da Saúde denuncia falta de médicos na Central de Regulação de Goiânia

Após visitarem o Ciams do Setor Novo Horizonte nesta terça (31), os vereadores da Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investiga a Saúde Municipal de Goiânia estiveram, na manhã desta quarta-feira (1º), na Central de Regulação de Vagas, no Jardim América, para conferir a situação dos atendimentos. Participaram os sete integrantes: Anderson Sales (PSDC), Carlin Café (PPS), Cristina Lopes (PSDB), Jorge Kajuru (PRP), o presidente Clécio Alves (PMDB), o vice-presidente Paulo Daher (DEM) e o relator Elias Vaz (PSB).

Clécio Alves, reclamou da falta de médicos no local. “Chegamos lá e havia uma fila quilométrica. Tinha gente lá pela quinta vez em busca de uma consulta de oftalmologia, que não é uma especialidade tão complexa”, criticou.

De acordo com o vereador, havia pessoas que chegaram às 2h da madrugada em busca de atendimento. Apesar disso, no momento da visita, não haveria nenhum médico no local.

“Temos informações de que, só na regulação, a secretaria tem 133 médicos”, diz Clécio. “O total do corpo médico da secretaria é 1.119. Ou seja, 10% dos médicos estão na regulação, e mesmo assim lá não tinha nenhum”, disse.

Os vereadores teriam sido informados, no local, que a maior parte dos médicos foram transferidos para o Paço Municipal. Os parlamentares se encaminharam para lá, onde encontraram quatro médicos na regulação de encaminhamentos para as Unidades de Terapia Intensiva (UTIs).

Ao questionar sobre como estão os atendimentos nessa área, Clécio teria recebido a informação de que há vagas disponíveis, enquanto pacientes não estão sendo tratados. “Me disseram que havia 11 pessoas precisando de atendimento naquele momento e oito vagas. Segundo eles, às vezes o perfil do paciente não coincide com o da UTI, mas não souberam informar qual seria o perfil desses 11 pacientes”, declarou.

Diante das situações encontradas, Clécio encaminhou ofício à Secretaria Municipal de Saúde (SMS) pedindo a relação dos 133 médicos lotados na regulação com as respectivas cargas horárias e local de trabalho. A pasta tem 48 horas para fornecer as informações.

Além disso, Clécio ressaltou que, no caso da visita desta terça, ao Ciams do Novo Horizonte, a CEI já solicitou punição aos médicos que deveriam estar atendendo no local, mas que não estavam presentes no momento da fiscalização. “O que for grave a comissão vai pedir resposta imediata”, frisou.

Conforme o presidente, a CEI vai realizar ações semelhantes nos próximos dias e deve voltar à regulação na próxima semana.

O Mais Goiás entrou em contato com a SMS, mas não obteve retorno até o momento desta publicação.